Egocéia cervejeira, como foi o meu ano profissional em 2020

Egocéia cervejeira, como foi o meu ano profissional em 2020

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Estava desanimada para fazer uma retrospectiva do que fiz no ano, trabalhando. Até ler o que a jornalista Juliana Kunc Dantas escreveu em um post, que a Neli Pereira compartilhou. Entendi que um ano como este é legítimo olhar as conquistas, pois não estamos deixando de lado a tragédia. “Sem esperança e sem balanços, a gente não sobrevive” ela escreveu.

Seria uma Epopéia, mas ficou longo demais e pessoal (mas olha quanta gente na vida) e Nicola Perullo tem uma citação com Egocéia e o livro Gosto como Experiência, dica da Carol Oda, foi um dos melhores que li este ano.

Janeiro

Comecei o dia 1 de janeiro de 2020 tomando uma Vedett de 2,7% de álcool. Naquele momento eu não fazia ideia de tudo que viria pela frente e estava tranquila na minha temperança de vida.

Com as caixas recheadas de Farofa Magazine #3, tinha cartas escritas à mão e muita gratidão no coração pelo ano que foi 2019. Começamos uma coluna da FM na rádio e bem na hora do almoço, para falar sobre gastronomia em temas livres e divertidos. A Farofa estava ganhando impulso e a gente feliz com os investimentos de tempo e dinheiro, além da energia necessária para fazer algo dar certo.

Que orgulho que eu tenho dessa capa, cada “dedo” que ali tocou e criou um conceito implícito e político em uma matéria que pode ser muito mais se olhar os pequenos detalhes do que não foi dito. (créditos na imagem)

Ainda no começo de janeiro tinha feito umas fotos para uma nova exposição fotográfica, em um restaurante que ia inaugurar na cidade, fui a feira para registrar na Canon as imagens, e na memória os cheiros. Estava radiante com as possibilidades que vinham para 2020, todos os eventos já programados, viagens internacionais a trabalho e coisas novas que continuavam brotando.

Fevereiro

Morreu o Laércio Shiya. Quem diria que o Japa ia embora tão cedo? Sem chão, o mercado cervejeiro perdeu um grande profissional e pessoa querida. Ali o ano já estremeceu.

Laércio, o Japa. Foto Divulgação Ambev

Na Farofa, fiz uma lista com 155 cervejas brasileiras para serem tomadas em 2020. Agora vejo que provei bastante coisa, mas com as limitações da pandemia, não ter julgado em concursos e não ida a eventos, fiquei longe do número esperado e nem na diversidade de cervejarias. Pela Startup provei mais de 70 rótulos.

Em fevereiro dei a aula Magna no Instituto Federal de Sertãozinho, para o lançamento do curso Técnico Cervejeiro. Que honra falar sobre carreira e já questionar sobre o mercado.

Trabalhei em um super evento para o chef Raphael Despirite, sendo a produtora local para o Fechado para Jantar, meu sonho de evento gastronômico bem feito. E ajudar a produzir um evento olhando para as jóias que a cidade tem. Servir uma coxinha do Vila Dionísio, Salada de batata da Cantina 605, torresmo da Dona Celina (que perdemos este ano) e até sorvete do Geraldo foi muito emocionante.

O workshop de Sommelieria estava agendado para o carnaval, vagas vendidas no site do Foodpass. Estudos e correrias para um curso novo, tão empolgante, com parcerias legais e um lugar incrível, o Espaço Di Sério. Dia 22 de fevereiro, bem no carnaval, quem não foi curtir foi estudar. Arrumei tudo, muitas taças, cervejas, pastinhas cheias de conteúdo, comidinhas da casa e afins. Na noite anterior, fui pegar algo no carro e fechei brutalmente (sente o drama) a porta do carro na minha mão direita. Cheguei a dar uma alucinada antes de conseguir abrir a porta e ver os dedinhos amassados feito purê(é mentira, mas sente o drama)! Nessa época o vírus já era uma possibilidade quase certeira de que ia chegar, mas nada sabíamos sobre o que aconteceria. Estava longe e impalpável, invisível como agora ainda é.

Outro projeto que estava em andamento era do Concursos South Beer Cup e da 1º Copa Paulista de Cerveja, que eu ia coordenar, a convite do Tio Limongi, da Cervejaria SP 330, que estava na direção de trazer os eventos para Ribeirão Preto e fomentar ainda mais a cultura cervejeira por aqui. Cancelamos os eventos, claro.

No dia 15 de fevereiro visitei a Startup Brewing, fábrica de bebidas em Itupeva, interior do estado de São Paulo e recebi um convite para fazer parte da turma de marketing e comunicação, junto a outras colegas do mercado. Um novo e entusiasmado desafio, para uma empolgante empresa.

Recebi um convite para o congresso Mergulho na Cerveja, que aconteceria em Fortaleza ao final de abril. Comecei a me programar para um curso e também uma experiência sensorial mais complexa, comprei a passagem de avião. O evento que teve sua primeira edição em 2019 foi cancelado e deve acontecer em 2021, assim torcemos.

Março

Dia 1 de março, dia 1 no novo trabalho de comunicação e marketing na Startup Brewing. Muitos planos, muitos lançamentos, vários eventos, aniversário da fábrica com mega show. Uow. Sonho de time.

Uma geladeira dessas =) . Estoque refrigerado das cervejas Startup Brewing, Itupeva/SP

Veio então o Covid-19 e jogou um balde de água fria em todos os pensamentos e sonhos do planeta.

Quando realmente entramos em março, mês da mulher, muita coisa acontecendo e muitos debates e palestras. Pude falar com as mulheres que trabalham na fábrica da Santa Helena, mostrando a potência do feminino ao contar a minha história entrelaçada com a de outras mulheres. Depois, na Toca do Urso, uma mesa-redonda sobre o papel da mulher no mercado cervejeiro e diferentes perspectivas a convite do sommelière Marta Rocha. Na semana seguinte, fui ao Supera Parque, aqui em Ribeirão Preto, para falar sobre Carreira e Liderança, contando a minha história para outras mulheres de diferentes setores.

Tinha começado o curso de Produção Cultural, curso já online da Prefeitura de Ribeirão, mas com todos os acontecimentos não consegui entregar os trabalhos e não completei o curso.

No dia 18 de março, todos já em quarentena, a Farofa decide dar uma pausa nos trabalhos e entender o momento. Uma coisa de cada vez para superar e entender e não havia boas notícias ou histórias para contar em um momento onde estávamos tão assustados.

Dia 26/03 ia ter um baita evento na cervejaria SP 330 aqui em Ribeirão, tudo combinado e harmonizado com o Pastifício, uma mistura de Itália, Argentina e Brasil, amigos fazendo o que gostam. Uma divulgação caprichada, com vídeo, com chamadas e tudo mais. Uma pena que ficou no “to do list”.

Começam as lives do Instagram e o celular vira uma TV aberta, a necessidade de nos comunicarmos com o mundo faz muita gente sair da zona de conforto de não se expor, e os programas ao vivo se tornam uma constante para acompanhar.

Cartoon Especial de Quarentena, Anselmo Mendo (Beercast)

Recebi primeiro o generoso convite do Daniel Wolff para conversar no canal do Mestre-Cervejeiro.com, franquia de lojas com curadoria e cervejas artesanais importadas e nacionais. Aliás, um dos primeiros do mercado cervejeiro a criar esses conteúdos “ao vivo” e convidar figuras relevantes para conversas sinceras. Confesso que de primeira estava abalada com as notícias e bastante triste mas depois resolvi topar, com a influência que Wolff trouxe em uma conversa pelo whats.

Fiz lives com os amigos da Mbee para falar de assuntos diversos, nossas parcerias e os incríveis produtos que eles têm, tão brasileiros e necessários.

Ainda em março fiz o curso online de Consultoria e Gestão de Bar do Mixology News com o Marco de La Roche.

Fui convidada por um recém apreciador de cervejas, o Josias, que mora no interior do Piauí, para falar sobre a vida de sommelier de cervejas. Foi um papo muito interessante e escrevi sobre ele no meu Facebook. Um país enorme, cheio de pessoas interessadas em entender mais sobre aquilo que estão bebendo.

Abril

No dia 9 de abril estreamos as Lives de Lançamento de cervejas com a Startup Brewing, a primeira de muitas que viriam foi a West Trends #2, uma West Coast IPA da Ux Brew. No total com a Startup e parceiros, fizemos 47 lives. Muitas disponíveis no canal da marca no Instagram, o IGTV.

Também dei uma aula EAD na Unifran a convite da professora e cozinheira Sabrina Galli, falando um pouco sobre cultura cervejeira.

No dia 15 de abril comecei a série de lives no meu Instagram, o “Live a louça comigo, vamos passar por essa bucha juntos” que teve um total de 19 episódios e aconteciam 2x por semana. Convidei amigos e colegas de diferentes ramos para falar sobre cervejas, cafés, erva mate, formação da culinária brasileira, coquetelaria, Covid, harmonização, entre tantos assuntos que me ajudaram a lavar louça e conhecer mais sobre as pessoas e seus interesses.

Cartoon Especial de Quarentena, Anselmo Mendo (Beercast)

A convite da Sibele e Aloisio Xerfan, falei sobre O futuro do serviço de cerveja, em uma live com Cervejaria Blondine. Parceiros de tantos projetos incríveis, a hora passa sempre rápido demais nessa nova maneira de interagir com as pessoas e criar conteúdo.

Maio

Em maio surgiu o Papo Líquido, onde reformulei uma palestra de 2019, mas agora como curso.

Pri Colares fez sua famosa confraria de cervejas Belgas, mas desta vez a cerveja foi a mitológica nº1 do mundo, a Confra Westvleteren desta vez foi online e funcionou muito bem. Sala lotada, uma apresentação divertida, muito conhecimento de quem passeia bem pelas terras da Lambic e das Abadias.

Alguns dias depois eu e Pri já tínhamos um plano novo e um evento que surpreenderia a todos, até a nós mesmas, em julho.

Floquinha Pri Colares degustando uma boa cerveja belga na Confra Westvleteren

Participei como convidada do então recente podcast Surra de Lúpulo, onde Ludymila e Leandro com bastante alegria e fluidez entrevistam profissionais do mercado cervejeiro.

No final do mês apresentei “Carreira no mercado cervejeiro” um webinar para o Science Of Beer, que teve diversos conteúdos em seu canal de youtube disponibilizados, gratuitamente.

Fiz ainda uma Live com o Ensei Neto para falar sobre cafés e cervejas e como essas coisas se encontram.

Junho

O Beercast é uma comunidade que desde 2013 tem presença no mercado cervejeiro e em parceria com o jornalista Marcio Beck, adaptaram um projeto e estreiaram o Quiz Cervejeiro do Beercast, onde tive a oportunidade de participar, em dupla com Felipe Zambom deste divertido game. Ganhamos uma, perdemos uma e eu sorri como a meses não me divertia.

Pronta para o Quiz Cervejeiro do BeerCast

Me tornei articulista no Guia da Cerveja, com 4 artigos em 2020 (AQUI)

Conversei com o Glauco Ribeiro, do Palavra Maltada, em uma live pelo Instagram. Os papos que sempre estão nos inbox se tornaram mais amplos e abertos! Muitas ideias e boas conversas com esse carioca.

Convidada pelos bandoleiros de Juan Caloto, a cervejaria cigana mais IRÁÁÁÁ´do velho oeste, falei sobre escola cervejeira Belga no podcast Radiofobeer, apresentação Leo Lopes.

Em clima de romance e incentivada pela Pri Colares, me associei a Abracerva, para poder reclamar e cobrar sobre questões de sommelieria e no geral mercado artesanal de cerveja.

Ainda neste mês, dei minha primeira aula sobre Marketing e Mercado Cervejeiro para o curso de Beer Expert do Science of Beer. Uma visão geral sobre o mercado e também um mini flashback de momentos da minha carreira, relembrando pontos importantes que nos fazem ter destaque naquilo que nos propomos. Foi uma boa forma de lembrar dos 10 anos de carreira cervejeira, completados neste mesmo mês, que foi quando ingressei na Cervejaria Colorado e acabei como gerente de marketing da marca em um momento icônico do mercado.

E a gente além de tudo, ainda aprendendo direito a fazer pão e trocando idéias sobre trigo e fermentação, mas sem álcool envolvido. Será que todo mundo do mercado cervejeiro aprendeu com a sommelière Tamires Cirilo?

Julho

Em julho lançamos a primeira versão da cerveja da Mbee, uma Kölsh feita com mel de Uruçu produzida pela cervejaria Bragantina, não pasteurizada. Um momento importante de um projeto que começou a ser desenhado tantos anos atrás. A Mbeer caminha junto a construção da escola cervejeira brasileira, que busca elementos que tragam a identidade de um terroir, conceito e cultura nacional.

Mbeer primeira versão com Uruçu. Foto Ana Hirata

Participei de um interessante evento online sobre a história da cerveja, sob uma perspectiva nova para mim, o evento Women Brewing in History, Africa, and Rwanda foi organizado por mulheres profissionais da Kweza Craft Brewery e Brewster’s Craft, cervejarias do continente africano. Ku buzima bwacu, significa saúde.

Fiz uma série de conteúdo sobre cultura cervejeira com a Monin Meetings a convite de meu amigo Rafael Pizanti, mixologista da marca. Falamos com bartenders de todas as regiões do Brasil em um evento exclusivo para convidados da marca.

Fiz o curso Um gole de história, do Instituto Bixiga e apresentado pelo historiador Diógenes Souza, onde olhamos para o século XIX e passeamos pelos acontecimentos cervejeiros da época.

Fiz até um #publi para a Melitta e fiquei muito feliz com o resultado e todos os itens que chegaram aqui.

Eu e meu café e o bule e a jarra e a Melitta em um publi inédito. Foto Hugo Battaglion

Um grande aprendizado que eu tive foi que se você tem uma boa ideia e junta com mais gente de boas ideias, pode acontecer um projeto incrível. Não tenho nem palavras para descrever como foi o evento que organizamos, Quem Foi Michael Jackson e um passeio pelas cervejas inglesas. Eu e Pri Colares estudamos mais de 100 horas para montar 2 dias de eventos em mais de 5 horas de aula. Ainda fizemos live para apresentar o projeto, aula teste e dezenas de reuniões madrugada a dentro. Foi exaustivo, foi dolorido e foi fabuloso. Enchemos uma “sala” do Crowdcast de pessoas interessadas em aprender mais e também curtir duas divertidas noites regadas a cervejas inglesas e muitas descobertas. O melhor evento do ano, para mim =)

Ainda em julho, falei em uma live sobre Hospitalidade na Pandemia com o pessoal da Pra.toh em um papo que puxei minhas raízes hoteleiras e misturei com as experiências atuais.

Agosto

O Igor Mauricio Barreto é cozinheiro e entrevistou muita gente legal para seu podcast #aopontotalks este ano. Tive o prazer de falar com ele, nesta vida digital que a gente sempre se pergunta “da onde mesmo que eu te conheço?”.

Foi no dia 21 agosto que tomei a Heineken 0,0% pela primeira vez. Estava curiosa desde o ano anterior quando havia sido lançada na Europa. Gostei muito do resultado e me animei em voltar a ler o livro Bebida, Abstinência e Temperança, do Henrique Carneiro.

Um dia para ficar na história da minha carreira foi o de 29 de agosto quando lançamos o release do Guia de Sommelieria, livro do qual tenho a honra de ser editora e também escritora. Um compilado de conhecimentos cervejeiros junto a mais de 20 colegas de profissão, na sua maioria mulheres. A editora Krater dos colegas Diego Masieiro e Pedro Paranhos está inovando no Brasil ao propor obras inéditas e também traduções de importantes títulos do mercado de bebidas.

Antes de acabar o mês, a convite do Eduardo Sena, participei da segunda temporada do podcast Hora do Gole. Uma entrevista intensa e calma sobre a vida e carreira.

Setembro

Neste mês o Papo líquido ganhou mais uma aula, agora um curso sobre como escrever uma Ficha técnica de cerveja. Algo que fiquei feliz de realizar.

Participei de mais uma edição do curso Beer Expert do Science of Beer com a aula Marketing e Mercado Cervejeiro.

Fui convidada pela Revista da Cerveja para conversar com ninguém menos que Sady Homrich em uma live sobre Estilos cervejeiros.

Aconteceu de forma virtual o famoso evento mundial Pint of Science, que é uma abordagem mais cientifica, em geral dentro de bares de todo o Brasil. Desta vez, virtual e ao vivo, falei sobre o Mercado de cerveja no Brasil, em um “speech” de 15 minutos, junto a outras colegas do setor.

Outubro

Dei uma palhinha no curso “Módulo essencial de Erva-Mate” da Academia Brasileira de Chá e Mate a convite das especialistas Carla Saueressig e Ariana Helena Maia. Acabei ganhando uma vaga no curso do qual estou até hoje correndo com o conteúdo e fazendo as degustações.

Neste mês, participei a convite do Ensei Neto de uma matéria do caderno Paladar, do jornal Estadão, para falar sobre cervejas com café na matériaFuja do óbvio com uma Coffee Beer!

Novembro

No começo do mês, o Jayro P. Neto, Edson Carvalho (Viajante Cervejeiro) e Alexandre Bleed (Doutor Breja) apresentaram o evento Rauch und Bier, uma viagem pela Alemanha e suas cervejas defumadas. Foram dois dias de aprendizados sobre esse estilo inusitado e cheio de fumaça.

Fui convidada pela Andreia Miranda Cruz, da loja 4C´s, aqui em Ribeirão Preto, para ser jurada no “Escolha do Público” para o Prêmio Bean to Bar Brasil 2020.

Me inscrevi e torci muitíssimo por uma vaga no Cunhã, gastronomia, alimentação e feminino, curso de extensão da faculdade UFRJ. Foi um dos cursos mais importantes “da temporada” para mim, pois me deu a oportunidade de olhar para espaços que estavam escuros em um assunto extremamente necessário e urgente. Foram 5 semanas intensas de estudo e reflexões.

Ainda neste mês comecei o curso online do jornalista Rafael Tonon pela Bora Saber, Escrita gastronômica: da crítica aos blogs. Foi meu presente de aniversário para mim mesma. Sou fã do trabalho que o Rafael vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos e tenho o orgulho de ter textos dele em todas as Farofas impressas. Diria que foi necessário e incrível o tanto que aprendi nas aulas.

No final do mês aconteceu o evento virtual Além do Copo, organizado por profissionais mulheres do mercado cervejeiro e que trouxe uma proposta diferente para abordar alguns assuntos. Participei da Mesa redonda Oportunidades em tempos de crise, mediado pela Fe Bressiane, dividindo a tela com Rafael De Conti e Talitha Cacho.

Dezembro

Lançamos a segunda cerveja do projeto Mbeer. Desta vez usamos o mel de Mandaçaia em uma cerveja do estilo wheat ale, não pasteurizada.. A cerveja de trigo, mas com fermentação bastante límpida, trouxe as notas de abacaxi que o mel realça na boca, produzida na Cervejaria Bragantina. O projeto ainda tem bastante chão pela frente!

Mbeer versão Wheat Ale com mel Mbee Mandaçaia. Harmonização e foto chef Ana Hirata

Daí do nada e com o fim de todos os cursos que eu fiz, acabei me inscrevendo em uma pós-graduação em Gestão Da Comunicação Digital e Mídias Sociais na faculdade Anhembi Morumbi.

Para terminar o ano de entrevistas e participações em podcast, a Clau Gavioli convidou a Bia Beer (Fabiana Büll Haik) e eu para falar sobre cervejas no seu Minestrone.

Aconteceu para convidados o evento Conexões de Qualidade – Day After Project | Grupo HEINEKEN. Este é um projeto que se dedica a falar sobre consumo responsável e equilibrado de bebidas, que vem de encontro com o lançamento mundial da marca com as cerveja 0,0%. Um passo fundamental para profissionais da área refletirem sobre nosso papel na educação do consumo responsável.

Encerrando o ano cervejeiro e os aprendizados, acompanhei as trilhas de conhecimento oferecidas pelo Science of Beer, no grande congresso cervejeiro do ano, o virtual Beer Summit.

Na última semana do ano dei minha última degustação virtual como sommelière no estilo “happy hour” para empresas que fizeram do encontro com seus funcionários, um pouco mais saboroso e cultural em telas de Zoom. Contei meio por cima dos diversos eventos deste tipo (fechado) e falei para mais de 1.000 pessoas com esse formato, sommelier digital. Funciona, mas prefiro demais o ao vivo.

Dei meu pitaco sobre o mercado cervejeiro em 2020 para o Guia da Cerveja, bem resumido (aqui). Na íntegra AQUI.

Antes de acabar este ano e mais um começar, ainda tem a Retrospectiva de 2020 com a turma do Surra de Lúpulo. Foi um programa difícil de fazer, pois tivemos no mercado não só o desafio da pandemia, mas todas as outras chateações e questões sobre ética que precisamos levar para o debate em 2021. Tem coisa para comemorar também, mas é um ano que vai ficar marcado para sempre em nossas histórias.

Sorriam para o print! Ludymila Almeida e Leandro Bulkol na retrospectiva Surra de Lúpulo 2020

Ao longo do ano fui escrevendo artigos para “colocar pra fora” pensamentos sobre o mercado de gastronomia e ainda mais específico o mercado cervejeiro. Confesso que foi um ano complicado para a criatividade e inspirações. Muitas vezes escrevi apenas como terapia, outras vezes como desabafo, outras pela necessidade do tema. Pensei e repensei textos que gostaria de escrever, mas preferi ficar calada e provocar mais debates desnecessários. Tenho orgulho dos textos que escrevi, em desconstruções que me ajudaram a enxergar um futuro mais ético e justo, com cerveja e cultura cervejeira para que mais e mais pessoas possam estar conscientes que cerveja não é apenas sobre o que está no seu copo, mas todas as escolhas e consequências que tem ali.

No total foram 17 artigos aqui na Farofa Magazine.

06/01/2020 »   • Quando meu marido me pede uma cerveja

18/02/2020 »   • O prêmio de pior cerveja

24/03/2020 »   • Eu só queria um copo limpo

01/04/2020 »   • Tomando cerveja sozinha né minha filha?

02/05/2020 »   • O Bar virtual em tempos de corona

20/07/2020 »   • A sommelière que habita em mim

15/08/2020 »   • O gabinete do ódio cervejeiro

Teleférico Luciano Ribas via Unsplash

23/08/2020 »   • Pequenas azedices

28/08/2020 »   • Não adianta chorar o deleite derramado

21/09/2020 »   • A cerveja que está na moda

22/09/2020 »   • A cerveja heurística

28/09/2020 »   • A cerveja intelectual

29/09/2020 »   • Saudades cervejeiras dos amigos que nunca fiz

01/10/2020 »   • A tia da cerveja

05/10/2020 »   • Sociedade da aveia, uma tendência cervejeira?

07/10/2020 »   • Sommelier de boutiquim?

05/12/2020 »   • Qual seu dilemma cervejeiro para 2021?

Saúde e obrigada se você veio até o fim do meu diário de 2020. Achei que precisa olhar meu ano e entender que ele não foi feito apenas de louça, crianças, choro, mais louça, dores, lutos e tristezas. O trabalho é o alimento das almas nobres como diria Sêneca. Mas em um ano onde tanta gente perdeu seu emprego, vida e pessoas queridas, é dolorido colocar as coisas importantes do ofício e seguir inovando.

Que 2021 seja carregado dos ensinamentos que tivemos neste ano e tenha muita saúde e empatia para olhar o futuro com melhores perspectivas.

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