Quanto custa comer fora?

Quanto custa comer fora?

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Instagrams cheios de comida,  aplicativos de entrega prometendo o mundo, amigos falando sobre jantares cheios de sabores. Quanto se gasta para sair e comer fora de casa?

 

A entrada

Depende de onde você for, um petisco é sempre interessante para “abrir os trabalhos”. Tem que vir rápido. Ser algo que vai matar nossa fome e dar tempo para a conversa e escolha do prato principal.

Tem de tudo, porque até coxinha é válida como entrada, mas saladas, friturinhas e coisas elaboradas cada qual tem seu valor.

Saladas custam entre R$ 14,00 e R$25,00 versões mais simples, mas sashimi e outras carnes podem entrar na receita e deixam a combinação mais salgada.

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Que tal um chips de batata com rosbife e mostarda de Dijon por R$ 27,00, (vem seis unidades), em um local bacanudo como o Rubaiyat em São Paulo? A porção média da batata-frita no Mc Donalds custa cerca de R$ 6,50. O salame chega a custar R$9,90 uma porção pequena, em um barzinho tradicional.

A casquinha de siri, um clássico nessa época do ano (dezembro), pode custar até R$29,00 a unidade em um restaurante requintado. Mas chega a custar apenas R$5,00 se você estiver perto do mar em um local descontraído e simples.

No Outback a famosa cebola que dá para pelo menos 2 pessoas de olho gordo, custa R$ 49,90. Torresmo e amendoim são amigos de todos e por meia dúzia de reais você consegue um petisco salgadinho para forrar o estômago.

O prato principal

A questão é expectativa X realidade. As filas do Outback são inenarráveis e a costela, favorita da turma da ala do sofá, custa para duas pessoas R$ 82,90.

Uma massinha, leve e somente pomodoro pode sair de R$ 22,00 em lugares de simpatia e até R$ 67,00 nos chiques italianos, com adição de ragu de javali, diga-se de passagem. Um bacalhau bem cozido fica por R$ 76,00 para uma pessoa em um almoço dominical.

Clássico que já virou brasileiro, o Parmeggiana de frango beira os R$ 23,00 e o de carne tem um custo de pelo menos 30% a mais. Nos restaurantes japoneses, um rodízio sai cerca de R$ 46,00 por pessoa, mas se for comer um par de sushi de peixe fresco do dia em um restaurante mais clássico, pode sair por R$20,00 apenas o conjuntinho de uma bocada.

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Os pratos com Filé Mignon, assim com nome e sobrenome com letra maiúscula, são sempre pratos com valores mais altos, apenas pela maciez e pouco sabor. Um filé com fritas, sem mais nada no prato chega a custar R$ 35,00.

O marmitex

Quem salva o brasileiro de comer fora de casa é o marmitex. Com opções que começam em R$8,00 dos mais simples, passando por R$15,00 a média, até caprichados e volumosos R$ 35,00.

FastFood

Se não é Black Friday para ter competição entre Mc Donald´s e Burguer King e ter sanduíches a menos de R$1,00 (veja como foi AQUI) a média de preços subiu muito. Na padoca um sanduba custa R$15,00. No carrinho de lanches custa R$12,00 um completo. Nas hamburguerias que surgiram aos montes por aí, os lanches estão partindo de R$ 18,00 até absurdos R$ 45,00. Uma oferta GigaTasty no Mc fica por R$47,00 com o refri e a batata, mas só o sanduíche são salgados R$30,00 contos.

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Pizza

A moda é pizza, sempre vai ser.

Na Carlo no Jardins em São Paulo, uma pizza pode sair por volta de R$ 50,00 por pessoa. Mas esse é um dos lugares mais hype do momento e abocanhou os últimos prêmios do ano.

Já na Pizza Hut com os mesmos R$50,00 você pede uma pizza grande e ainda ganha um guaraná de 2 litros. Mas o preço da entrega ainda precisa ir na conta!

No Habib´s com os mesmos R$ 50,00 você compra 2 pizzas grandes.

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O rango em forma “executivo” ou buffet

Taí o modelo mais prático do dia, em geral para comer na hora do almoço. O executivo é quando é tudo meio padrão, empratado e vem 1 entrada e um prato e as vezes com sobremesa. Os preços em geral mais modicos do que o “a la carte” e restaurantes inalcançáveis se tornam pelo menos algo plausível.

Um executivo em um restaurante francês pode sair até R$75,00 com entrada, prato e sobremesa de lamber os beiços. Mesmo no jantar. Opção para quem quer causar boa impressão e com preço fixo.

No Coco Bambu, o buffet tá saindo em dia de semana no almoço por volta de R$55,00 e come-se a vontade.

No valor por quilo a coisa complica. Depende muito de como o restaurante compõe os preços e deve variar de R$ 19,90 a R$ 65,00 pelo peso do quilo. Um abismo de diferença, mas um mar de opções diferentes de comida simples a mais requintadas no sirva-se quanto puder.

O famoso “Menu Degustação”

Vamos direto ao ponto, se você for no cultuado restaurante D.O.M de Alex Atala o menu vai custar para uma pessoa entre R$ 415,00 (versão vegetariana) até R$ 700,00 no conjunto mais exótico possível. É uma viagem para outro universo, ou o mesmo preço disso.

No Tuju, conceituado restaurante brasileiro, cada prato é uma obra de arte com gosto. Os sabores de um menu degustação podem custar de R$ 250,00 a R$ 450,00 com várias etapas de uma refinada cozinha que nos conta histórias.

Sem bebidas.

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No Rodízio

O mais premiado rodízio de carnes em São Paulo cobra nada mais nada menos que R$ 162,00 por pessoa um buffet cheio de tudo e com cortes diferenciados “a la vonté”. Este valor ainda é de antes do aumento do preço da carne, então é preciso pensar em cifras maiores. Em churrascarias não tão sofisticadas, dá para encontrar o mesmo serviço de buffet e carnes passantes a R$ 40,00.

As bebidas com ou sem álcool

Refrigerantes, sucos e águas já foram mais humildes. Hoje em dia os líquidos estão acima do R$4,50, o preço que já foi uma cerveja. Um suco pode custar até R$ 16,00 apenas água com limão espremido. Mais caro que um copo de chope artesanal que varia de R$ 12,00 a R$ 50,00. Quanto mais perto a fábrica estiver do bar, mais barato deve ser o chope. Mas algumas iguarias como as cervejas mais escuras, com baunilha e toda uma lista de chocolates e cafés e barris de madeira deixam as escolhas mais caras.

A média de valores dos vinhos em um restaurante “arrumadinho” começa com R$ 45,00 reales. Vai subindo ao infinito e além, até os mais mega blaster ostentação com preços que passam mil doletas. A média para um vinho gostoso em geral é de R$ 75,00 para achados e R$ 150,00 para famosos de boa procedência a um bom “custo benefício”.

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Os coquetéis mantêm uma média de preços bem próximas, fazendo a concorrência ser bastante acirrada e técnica, cada vez mais elaborada. Um drinque com gin ou uísque deve sair na faixa dos R$ 25,00 a R$ 35,00 por preparação. Faz as contas de quanto você precisa para começar a dançar e segura a onda para não virar um tsunami rebolando até o chão, mas para pagar a conta estratosférica e aromática do bar. Em locais premiados, com turma mixologista, uma porção de bolinho custa R$ 20,00 e você mantém o foco no líquido, que é o que ali importa.

A sobremesa

Um pudim é sempre um pudim. Ele vai custar na padaria R$5 e no Pipo (SP), do estrelado chef Felipe Bronze, R$ 34,00.

Mas a média das sobremesas é ser entre R$ 18,00 e R$ 25,00 mesmo nos lugares mais simples ou mais premiados.

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Cafezinho

Até o café hoje pode ser mais especial do que imaginamos. Um espresso custa R$ 5,00, mas um café coado, recém torrado e de uma região com apelos de terroir, chega a custa R$15,00 150ml da bebida.

Outros porém

Com entrega ou sem entrega? No app? Gelo e limão acompanha?

A tudo isso adicione o valor do serviço que é de 10% mas fazem parte na composição do salário dos trabalhadores que se dedicam a economia da alimentação, não folgam de final de semana, nem feriado. Um domingo no mês quando o patrão é dentro da lei.

Mais R$5,00 ou R$ 20,00 da taxa de entrega ou do estacionamento. Tudo entra na conta da saída ou não de casa, mas do não cozinhar e não ter louça para lavar.

Não é só comer fora, é ser levado para outro formato de experiência sensorial.

Custa caro, mas o dólar também e por isso muitas vezes você não vai a Paris, mas visita sua cultura e gerações em apenas um Souflê, como do Marcel, bistrô francês antigo que serve sua especialidade por cerca de R$55,00 o de queijo brie. Fecha os olhos e aprecie a vista.

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Quanto fica a conta?

Então uma saída pode custar R$50,00 para um casal, como pode custar R$900,00. O local mais sofisticado, um ingrediente inusitado, técnicas de cocção, um ponto nobre da cidade, atendimento especializado em falar sobre terroir ou a cadeira de praia na calçada são determinantes para a composição do preço da refeição. A questão é encararmos os valores de acordo com nossas possibilidades e fazer da refeição fora de casa algo a se pensar.

Comer em casa ainda é a solução mais barata que tem, fazer sua própria comida, colocar seu afeto, seus valores e carinho é um preço que lugar nenhum tem como cobrar.

 

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