11 projetos cervejeiros femininos que fizeram a diferença em 2018

11 projetos cervejeiros femininos que fizeram a diferença em 2018

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Mulher bebendo cerveja no por do sol. Foto: Cassiano Barletta via UnsplashMulher bebendo cerveja no por do sol. Foto: Cassiano Barletta via Unsplash

Este foi um ano muito bom em várias perspectivas para o mercado cervejeiro brasileiro, apesar de todas as dificuldades já sabidas. Esta matéria é para destacar alguns dos projetos mais legais e socialmente impactantes, encabeçados por mulheres, produzidos, organizados, vivenciados e degustados por profissionais do setor.

Deixamos de gotejar, fazer aquele barulho de torneira pingando que incomoda. Começamos a ser exatamente aquilo que somos, parte de uma mistura itinerante. Uma onda atrás da outra em meio ao mar de acontecimentos. A chamada inclusão feminina existe, mas precisa alcançar novos horizontes. Eu já vejo terra à vista daqui, precisa todo mundo estar neste barco.

Pedi ajuda para o grupo que eu participo do ELA via Whastapp, para saber quais projetos seriam bacanas citar. Organizei os projetos de forma aleatória e se você souber de mais coisas bacanas que aconteceram pelo país, compartilha com a gente. O site da Propmark fez uma matéria bacana sobre o assunto também, AQUI.

ALBA, DA CERVEJARIA ALBANOS

A mestre-cervejeira Paloma Del Papa desenvolveu uma receita de witbier, com inspiração no drink Cosmopolitan, exclusivamente para o Outubro Rosa. Fabiana Arreguy, sommelier de cervejas e jornalista, é a curadora da plataforma de conteúdo do Albanos e também estava presente no projeto, que uniu todas as mulheres da empresa na fabricação da bebida. Uma parte da venda foi destinada a instituições que ajudam mulheres com câncer de mama.

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Cerveja Alba. Imagem divulgação

EISENBAHN MESTRE CERVEJEIRO

Este foi o 9º ano do concurso Eisenbahn Mestre Cervejeiro e a segunda temporada do programa em formato reality show para a TV. Nesta temporada, 3 mulheres estiveram entre os 10 participantes e mostraram que sabiam fazer cerveja, a Anne, a Bia e a Mari. Em uma final emocionante, Anne Galdino foi a grande vencedora com sua Berliner Weisse. Primeira vez que uma mulher vence a competição. A cerveja com a assinatura dela estará por todo o Brasil em 2019. A décima edição do concurso e a terceira temporada na TV será com o estilo Session IPA e a marca (e eu também!) espera que mais mulheres estejam presentes.

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AUMENTO DA REPRESENTATIVIDADE FEMININA NOS CONCURSOS PROFISSIONAIS

O ano cervejeiro sempre dá uma agitada em março, quando o Festival Brasileiro de Cerveja começa em Blumenau. Lá a maior competição do país e um dos maiores eventos cervejeiros enche a cidade de turistas e apreciadores da cerveja artesanal.

Em uma entrevista para a Revista da Cerveja, Amanda Reitenbach destaca a importância do feminino em um evento como este:

“O mundo cervejeiro vê crescer o número de mulheres engajadas em produzir e participar de atividades que movimentam o setor. Amanda Reitenbach, organizadora do concurso, fundadora e CEO do Science of Beer, fala sobre o aumento significativo no número de mulheres, tanto participantes quanto juradas, já que houve um salto de três mulheres na 1ª edição para 27 (juradas) nesse ano. “Esses números mostram que a representatividade ainda é baixa. Sabemos que o número de consumidoras é grande e há um número expressivo de mulheres movimentando o cenário cervejeiro, das pesquisas à produção. Então eu espero, de verdade, ver muito mais mulheres nessa disputa, no mercado e apreciando uma boa cerveja, sem preconceitos”, analisa Amanda.”

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BATOM VERMELHO

Mais um projeto saboroso e que teve como mote o Outubro Rosa. Realizado pelo Coletivo Nacional de Mulheres na Cerveja para o mês da consciência do Câncer de Mama. Com apoio da Cervejaria Dádiva, LevTeck – Tecnologia Viva, Realli Insumos Cervejeiros e Label Sonic, que doaram parte de insumos e materias em prol da causa. Muita gente legal trabalhando junto, muitas mulheres do setor dando o exemplo de como podemos ir além.

A cerveja chama Batom Vermelho e é uma Catharina Sour com adição de hibisco e maracujá.

“Mulheres que passam por um câncer de mama, por mais curadas que fiquem, sempre há sequelas. A Batom Vermelho deve representar a mulher guerreira, que luta para manter sua autoestima e contra o preconceito que ainda existe por estar mutilada e inchada. E apesar de toda dor física e emocional, ela busca forças para se manter bonita e acima de tudo se amando como é!” Danúbia Carvalho

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BERLINER EISENBAHN MULHERES

A Eisenbahn convidou diversas mulheres do setor cervejeiro do país para brassarem juntas uma receita de Berliner, base alemã, na planta piloto que tem em Itu. O projeto foi lançado antes de anunciar que o estilo Berliner Weisse seria a próxima cerveja da segunda temporada do reality Eisenbahn Mestre Cervejeiro.

Junto a cerveja, alguns xaropes foram oferecidos, assim como acontece na Alemanha. O grupo utilizou o laboratório sensorial da Heineken para escolher algumas misturar interessantes com flores, frutas e especiarias.

“Esse encontro, no formato como aconteceu, foi essencial para que essa cerveja ganhasse uma personalidade e uma identidade com a colaboração de todas as cervejeiras reunidas.”, comentou Amanda Reitenbach, do Science of a Beer, curadora do evento.

O resultado foi servido no evento em março em Blumenau, o Festival Brasileiro de Cerveja.

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BIA RUIZ, PRIMEIRA CICERONE

A sommelière de cervejas Bia Ruiz é pioneira no mercado cervejeiro e corre (dança, pula) atrás das novidades e causas para se destacar. Este ano, foi a primeira brasileira a obter o certificado internacional de Cicerone, uma instituição americana com ótima reputação e rumores de provas extremamente difíceis.

Bia está à frente de projetos da Zx Ventures, marca que cuida dos projetos Craft da Ambev.

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A sommelière Bia Ruiz. Foto: Renata Monteiro.

CONFECE 11 ANOS

Esse evento não é novidade, mas durar tanto tempo e ainda melhorar cada vez mais a festa cervejeira é para comemorar. A confraria feminina CONFECE fica em Belo Horizonte, ótima cidade tão cheia de cervejas e ótima gastronomia. Um grupo de mulheres a 11 anos mantém os encontros regulares e comemora a união e boas cervejas em uma super festa, que está sempre lotada!

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REPRESENTANTES BRUSSELS BEER CHALLENGE PARA O BRASIL

Não é por falta de falar, mas as mulheres que estão formatando a carreira no mercado cervejeiro estão se preparando muito bem. Dois bons exemplos disso é a dupla dinâmica Dai e Fer. Ambas foram escolhidas para serem as representantes brasileiras no importante concurso belga. Elas desenvolvem o projeto no Brasil e também estão no evento que acontece na Bélgica. Pega esses currículos:

FERNANDA MEYBOM

Engenheira Química pela UFSC, Sommelière e Mestre em Estilos e Avaliação de Cervejas pelo Siebel Institute of Technology de Chicago – EUA. Atuou como professora do Curso de Pós-Graduação em Tecnologia Cervejeira da Uniasselvi de Blumenau. Especialista nos Relatórios de Inteligência do Mercado Cervejeiro para o SEBRAE. Colunista da Revista Beer Brasil e do Blog All Beers. Ministra cursos na área de processos cervejeiros e análise sensorial para os cursos de graduação Engenharia Química e Engenharia de Alimentos. Jurada em Concursos Nacionais e Internacionais de Cerveja.

DAIANE COLLA

Sommelière de Cerveja, Mestre em Estilos e especialista em Avaliação de Cervejas e Harmonização pelo Siebel Institute of Technology de Chicago, Estados Unidos. Tem experiência na organização de cursos e festivais de cerveja, atuando há três anos no segmento. Atua como sommelière em consultorias, palestras, cursos e eventos de degustação e harmonização. É embaixadora do Brussels Beer Challenge para o Brasil e foi membro da comissão organizadora do Concurso Brasileiro de Cervejas atuando como coordenadora de serviço. É colunista da revista Beer Art e faz parte do staff do World Beer Cup.

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GOOSE ISLAND – SISTERHOOD

É difícil ver um projeto com duração, organização e causa, tão bem definido como esse. O Goose Island Sisterhood, lança a cada temporada, uma sequência de rótulos que homenageiam uma figura feminina brasileira que tenha se destacado em alguma área.

A fundadora do projeto é a Bia Ruiz, sommelière (falamos dela ali em cima!) e o objetivo dessa confraria é “informar e empoderar as mulheres sobre o universo cervejeiro.” O grupo no Facebook tem mais de 1.000 mulheres e todas as informações sobre os lançamentos e mulheres homenageadas.

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HILDERGARD PROJECT 

O Hildegard Project surgiu da vontade de experimentar novas formas de olhar a cerveja e usando o lúpulo como fio condutor. O concepção é da sommelière, Rosaria Penz Pacheco, uma profissional, conectada a vários projetos que comentamos aqui e o mestre cervejeiro da Cervejaria Continente, Leonardo Manoel Paredes.

O nome do projeto traz luz a monja beneditina Hildergard, que fez grandes avanços com relação ao uso do lúpulo e divulgação da cultura cervejeira, além de diversos fatos importantes em outras áreas.

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CONGRESSO MERGULHO NA CERVEJA

A Confradelas é uma confraria feminina em Fortaleza e se organizou para fazer o primeiro Congresso que foi 100% composto de profissionais mulheres (mas aberto a qualquer público)

“ O Mergulho na Cerveja teve o intuito de divulgar a cultura cervejeira, incentivar a produção de cerveja caseira, valorizar as mulheres profissionais da cerveja, disseminar o conhecimento cervejeiro e promover a troca de saberes e experiências entre profissionais e apreciadores de diferentes partes do Brasil.” Se quiser saber mais sobre o evento, acessa AQUI o blog Maria Bonita, que acompanhou a experiência completa.

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Marina e Anne, dentre algumas convidadas para falar durante o evento. Imagem: Divulgação.

EQUIDADE NO MERCADO CERVEJEIRO

Cilene Saorin nunca é comum. Com fala poética e a cerveja sempre como um quadro, ela consegue transitar muito bem por temas as vezes não tão digestos. Este ano, no Congresso que aconteceu junto ao Festival de Cervejas de POA, ministrou uma palestra onde os temas se misturam em ética, sexualidade, gênero e respeito. Cilene é uma das profissionais que auxiliaram o mercado estar mais aberto ao feminino. Inspira muitas mulheres a se tornarem seguras de si e olhar a frente.

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Cilene Saorin na palestra em POA. Foto por Jordan Placinsch

A inclusão precisa ser mais profunda e falar sobre isso é sempre um passo importante para que aconteça. Terminamos bem o ano de 2018, apesar de bastante cansativo. Falar sobre esses projetos me alegram e mostram que não estamos trabalhando a toa. Uma hora vamos nadar de braçada nesse mar todo lúcido.

 

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