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As cervejas que eu tomo na minha TPM

Duas mulheres sorrindo e segurando um copo de cerveja. Foto: Paloma A via Unsplash

Percebi tempos atrás, que nos dias que estou de TPM a coisa funciona diferente no meu corpo. Sinto vontades loucas e a sensibilidade muda da cabeça aos pés. Não poderia ser diferente na hora de escolher uma cerveja. Não existe ciência nesse texto, só a sabedoria de escolher bem nesses dias. Não sou sommelière de menstruação, mas aposto que muitas de nós já viram seu gosto mudar em dias assim.

O cardápio de comidas é:

Em dias normais acorda, toma café sem açúcar, pão com manteiga, um copo de água. Almoço, prato com salada, um grelhado e legumes. Jantar, sanduíche com carnes magras e um chá.

Em dias de TPM, acorda, faz panquecas com doce de leite, chocolate quente, banana com aveia e mel, queijo quente. Almoço, lasanha quatro queijos, limonada suíça com leite condensado, pudim, café com açúcar e brigadeiro. Jantar, pizza 1/2 muçarela 1/2 frango com catupiry, pão com paçoquita, vitamina de abacate, sucrilhos na cama.

A carta de cervejas é assim:

Em dias normais, começa com uma catharina Sour, pede uma witbier, chama uma pale ale para não deixar de ser tradicional, escolhe uma das novidades de IPA que o mercado colocou essa semana e que não existia horas atrás, termina com uma Stout com café. Vai para casa satisfeita.

Em dias de TPM que esse começo seja belga. “Catharina que nada, ainda nem foi considerada estilo” penso rapidamente sem lembrar do texto do Gordon Strong e com aquela ousadia tonta que dá. Salivando e apontando para o cardápio (já que não sei mesmo pronunciar essa delicinha) mostro a Echt Kriekenbier, belga azeda, puro amor. Cerejas. Cor maravilhosa.

Depois, uma Cupuaçu Sour da Morada Cia Etílica, só para causar com mais acidez e frutas. Me emociono com esse tipo de cerveja brasileira, só para me contrariar. Na mesma linha uma Umbu Brasilien Weisse, da RockBird, porque frutas azedas nativas são lindas e maravilhosas. Em seguida, uma Lógica Absurda da Tupiniquim, ácido nível meu humor e com o melhor nome EVER para dias assim.

Cansada dos rótulos brasileiros e sem paciência para errar, escolho uma Fruitlands Passion Fruit & Guava da cervejaria Modern Times, uma Gose mais salgada que minhas manhãs em semanas como essas.

(eu, com minha cerveja. Foto: Rafael Almeida)

Selvagem sou eu nesses dias que na verdade duram quase uma semana, por isso peço a Temptation da Russian River, que faz segunda fermentação no barril com Brettas, nossas migas revoltadas, selvagens e com aromas que já mostram qual seu papel no mundo. Gosta? Ótimo. Não gosta? Fica na sua.

Termino com uma Porter, Porteira & Portão, escura, notas tostadas e o mais importante, lembra um doce de infância. Quase um abraço na textura e gosto de paçoquita. Mas, indecisa (e já bêbada por essa quantidade imensa de líquidos) ainda peço uma Bravo, da linha 3 lobos (lembro que tô estagnada na leitura do livro maravilhoso “ Mulheres que correm com lobos”) e dou goladas nessa escura, amadeirada, chocolate mais amargo que a vida, melaço mais doce que meus dramas, fluída e super custo benefício, já que torrei o cartão na “degustação”.

Chama o Uber que amanhã tem TPM de novo e uma leve ressaca para lidar. Hoje terminei bem o dia e os hormônios estão “borrachos”.

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