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Minhas respostas na enquete do Bob, as melhores de 2018 no mercado cervejeiro do Brasil

Atuação na cerveja (função, empresa/marca para a qual trabalha):
Tenho uma empresa de consultoria, a Por Obséquio. Trabalho com diversas frentes no mercado cervejeiro, desde sommelière em eventos, aulas, palestras, setor comercial e marketing. Publisher da Farofa Magazine, onde tenho artigos, textos e fotos. Jurada de concursos cervejeiros no Brasil. Guia etílica. Colunista rádio CBN. Jurada no reality Eisenbahn Mestre Cervejeiro.

1) Melhor IPA produzida no Brasil (American, Belgian, Black, Brown, Brut, English, Imperial/Double, New England/Juicy, Red, White etc)
SP 330, Californication
Justificativa
IPA é uma daquelas cervejas que eu acredito que precisam ser tomadas o mais fresca possível. Hoje quase todas as cervejarias tem um rótulo com esse estilo. Beba o mais perto possível. A Californication é muito sensata, não tem lúpulos saindo pelo nariz, entrega frescor em aroma e uma cidade quente, carbonatação na medida, maltes saborosos e amargor bastante equilibrado.

1a) Melhor cerveja da escola belga produzida no Brasil, dentre os estilos Belgian Pale Ale, Belgian Blond Ale, Saison, Belgian Strong Golden Ale, Dubbel, Tripel, Quadruppel ou Belgian Strong Dark Ale
Trilha, Peach and Love Saison
Justificativa
Minha primeira ida a Trilha, depois de muito tempo com o ‘pin’ marcado no Google Maps de SP ‘lugares para visitar’. Direto da torneira, uma Saison deliciosamente fresca e com a fruta na medida. Textura, carbonatação e doçura, com aquele gostinho de levedura da Saison, tudo em uma golada só.

1 b) Melhor Ale produzida no Brasil (outros estilos, exceto os dos itens 1 e 1a)
Dogma + Synergy, Covalency Sour Mango Double IPA
Justificativa
Me surpreendeu demais essa cerveja. Fiquei meio boba no primeiro gole com a mistura bem feita entre dois estilos tão singulares. Tomei ótimas cervejas esse ano, tenho uma lista enorme. É quase injusto ter que escolher uma, por isso fiquei com essa que mais me impactou. Mas tomei ótimas sours com e sem fruta, ris, ipas e afins.

2) Melhor Lager produzida no Brasil
Bamberg, Schwarzbier
Justificativa
Amo essa cerveja. Gosto das cervejas mais escuras, onde consigo fugir do sabor abiscoitado. Essa cerveja é uma obra de arte. Delicada, saborosa e muito leve. É preciso olhar como jóias alguns clássicos que fazemos tão bem.

3) Melhor Catharina Sour produzida no Brasil
Pratinha, Ambarella
Justificativa
Tomei a cerveja pela primeira vez direto do tanque, logo que ficou pronta. Tive que sentar, no chão da fábrica mesmo. A acidez estava tão equilibrada que a boca salivou, devagar já pedindo uma jarra inteira para tomar. Cerveja que traz muito frescor, muita muita fruta ao nariz, quem não conhece cajá-manga acaba confundindo também com carambola que me lembra tanto a infância. Por mais cervejas fáceis de beber e que mostrem os quintais brasileiros.

3a) Melhor Sour/Wild produzida no Brasil (cervejas ácidas, exceto as indicadas no item 3)
Suricato, Pinocchio
Justificativa
Tomei demais essa cerveja. Quando fui ver tinham várias latas laranjinhas em casa. Para quem é apaixonada por cervejas Pumpkin, achar uma Sour assim é um sonho líquido.

4) Melhor Wood/Barrel Aged produzida no Brasil (cervejas maturadas em madeira)
Cozalinda, Praia do meio
Justificativa
Com a brisa de Florianópolis em meio aos aromas intensos de vida, essa cerveja azedou minha vida em felicidade. Receita bem executada e deliciosa, bebida no balcão do antigo bar, direto da torneira. Um toque elegante de madeira.

5) Melhor Ale estrangeira à venda no Brasil
Brouwerij Verhaeghe, Duchesse de Bourgogne
Justificativa
Enquanto eu respondia a essa enquete, várias prateleiras no país estavam se enchendo dessa maravilhosidade de cerveja. Corri pegar meu copo bojudo para provar se era mesmo verdade. Não é para todos os paladares, mas é uma paixão para muitos. Que bom que no fim do ano podemos votar nela aqui. Uma pena que o dólar faça da pequena garrafa um objeto caro.

6) Melhor Lager estrangeira à venda no Brasil
Ayinger, Altbairisch Dunkel
Justificativa
Gosto dessa cerveja, um clássico bem feito. Ainda que tomar lager importada no Brasil não seja meu forte.

7) Melhor Sour/Wild estrangeira à venda no Brasil
Brouwerij Lindemans, Kriek Cuvée René
Justificativa
Aula, palestra, harmonização. Entra ano e sai ano essa é uma cerveja que agrada a diversos paladares por onde eu vou e traz para o mundo cervejeiro mais cor e um frutado diferente, quase exótico. Esses belgas são mestre em madeira e azedo <3

8) Melhor Wood/Barrel Aged estrangeira à venda no Brasil
La Trappe, Quadrupel Oak Aged
Justificativa
Tomei essa cerveja direto na fonte. Trouxe para o Brasil na mala e tempos tempos chegou no país. É uma cerveja cara, é preciso rezar para conseguir uma golada!

9) Qual cervejeiro caseiro produziu a melhor cerveja caseira que você provou em 2018? (favor especificar nome completo, cidade, estilo e, se houver, nome da cerveja)
Eduardo Maistro, Ribeirão Preto, IPA, Electron IPA
Justificativa
Dudu Brew nasceu da mente de um amigo do meu marido. De repente o cara que ficava na churrasqueira, entregando as melhores carnes (e no ponto certo), pai de duas crianças criativas, comprou uma panela de cerveja e virou alquimista. Vejo que existem muitas conexões na cerveja em casa, com a casa e as pessoas. Não sei se foi sorte de principiante, mas a panelinha rendeu uma ótima e equilibrada IPA, que com alguns ajustes pode ser um dia uma baita cerveja. Mais importante, uma cerveja sem defeitos e muito agradável para tomar entre amigos. Até o rótulo foi caprichado, coisa de quem tem amigo.

10) Você manteve ou mantém relação comercial/profissional com empresas que produzem ou importam/distribuem os rótulos citados nas respostas anteriores? Em caso afirmativo, por favor especifique em quais questões
a) Sim
Justificativa
Tenho feito um trabalho com a Pratinha. As cervejas de lá fazem eu acreditar no ofício de um sommelier e ver de perto o mercado crescer. Acho que valeu demais o voto na Catharina Sour deles, ela realmente me fez brilhar as papilas.

11) Qual estilo de cerveja você mais consumiu em 2018?
Sour
Justificativa
Calor, refrescância, azedume. Salivo só de pensar nesse estilo que enfim chegou com força nas panelas cervejeiras do país. Estamos ficando bons nisso.

12) Em 2018 você consumiu
a) Mais cerveja do que em 2017
Justificativa
2017 estive mais doente do que este ano. Consegui na medida beber de tudo um pouco e um pouco de tudo. Prestei mais atenção a saúde, moderando as coisas certas.

13) Do total consumido, a maioria era
a) Nacional
Justificativa
Cada vez mais prefiro tomar cervejas nacionais e cervejas mais capiras, por conta de proximidade, qualidade, preço. As importadas rezo para beber na fonte ou compro logo que chegam ao mercado.

14) Qual foi a sua principal forma de consumo da bebida em 2018?
b) Lata
Justificativa
Muitas cervejarias estão envasando em lata, esse ano foi um recorde. Minha coleção deu um salto =)

15) Em relação a growlers/crowlers em 2018, você
c) Usou mais ou menos a mesma quantidade que em 2017
Justificativa
Em Ribeirão Preto e região a onda PET chegou com força. É bastante prático e tem de vários tamanhos, pequenos e grandes. Faz sucesso nos churrascos e quando precisamos levar em encontro da galera e almoços de família.

16) Onde você consumiu mais cervejas em 2018?
c) Em casa
Justificativa
Minha casa tem sido meu melhor balcão. Em quantidade provei mais cervejas em concursos que eu julguei, foram muitas e muitas e muitas amostras, mas como é sempre as cegas, nunca fico com a impressão de que ‘consumi’, apenas de ‘trabalhei’. As melhores cervejas foram nos taprooms das marcas.

17) Você consome com frequência ou pesquisa sobre outras bebidas além de cerveja? Em caso afirmativo, favor indicar quais:
b) Uísque/Bourbon
c) Saquê
f) Outros fermentados

Justificativa
No primeiro semestre saí um pouco da cerveja para estudar café, me formei em um curso básico e tenho sido barista de mim mesma todos os dias. O saquê no segundo semestre me tomou o coração. Pude me aproximar da cultura oriental e tive a oportunidade de participar de degustações com os melhores rótulos disponíveis no país, agora sigo estudando para uma futura formação em sommelier da bebida também. De Natal, me presentei com uma garrafa de Woodford Reserve, de uma destilaria em Kentucky e a única que produz Bourbon em alambiques de cobre (pot stills), para ter um destilado de respeito no bar de casa.

18) Melhor bar cervejeiro nacional
Cateto Pinheiros, SP
Justificativa
Demorei quase 5 anos para me organizar e ir realmente ao Cateto. Quando aconteceu, já agora no final do ano, me senti atrasada. É o meu tipo de bar, balcão cumprido, atendimento descontraído e técnico, cardápio simples, cervejas fora da curva.

19) Melhor brewpub ou taproom nacional
(OBS: entenda-se brewpub como local que produz e vende a maior parte das cervejas em suas dependências e taproom como local que vende majoritariamente cervejas de uma só marca)

Cervejaria Tarantino
Justificativa
Recém inaugurada, a fábrica/taproom da Tarantino é um lugar muito bacana. O sistema de auto serviço, os jogos, o pátio enorme e rústico =) fora do métier tradicional, do outro lado da ponte em São Paulo.

20) Qual cervejaria nacional mais se destacou em 2018 pelo seu trabalho de comunicação (visual e digital)?
Japas Cervejaria
Justificativa
Gosto demais do trabalho que as Japas fazem. É tudo muito conectado a cultura que promovem. O Brasil tem entregado muitos rótulos bonitos, ainda falta desdobrar melhor esses trabalhos. Posso citar também outras marcas que eu acredito que fizeram algo bem lindo: Pratinha, Suricato, 5 elementos, Bodebrown, Dogma, Tribal + Doktor Brau (pelo rótulo em braile), Goose Island (com o projeto Sisterhood), Bastards. A Trilha tem uma linha incrível de rótulos. No taproom deles você consegue comprar em formato de pôster, com um preço ótimo. A sala de casa ganhou nova decoração. Cerveja é também design, life sytle, quanto mais conseguirmos ver desta forma, mais entenderemos como formamos relações com o consumidor.

21) Qual mídia cervejeira você mais acessa?
b) Jornais/revistas
Justificativa
A Revista da Cerveja, All Beers e a Beer Art tem sido um fôlego para saber das novidades, alguns blogs como o Homem Cerveja é o jornal online com pequenas notícias e bem abrangentes e o Bar do Celso traz assuntos diversos e muito conteúdo interessante para quem trabalha no mercado. O Caneco, comecei a ver esporadicamente e tem mantido boa frequência. Dentro do UOL tem o blog Siga o copo, que traz conteúdos em um formato de escrita interessante com Juliana Simon, que abraçou a causa cervejeira com força. Maria Cevada continua sendo no RJ uma referência, com conteúdo bem feito e tempo de estrada. Na Farofa Magazine, coloquei muitos artigos cervejeiros e as novidades, entrevistas e matérias olhando a minha região. Ainda sim, acredito que tenhamos espaço para mais gente escrevendo e registrando os momentos que passamos.

22) Qual o melhor dos representantes da mídia cervejeira que você mais acessa (favor considerar a resposta da questão anterior)?
Justificativa

23) Melhor evento cervejeiro nacional de 2018?
Mondial de la Biere SP
Justificativa
São Paulo estava carente de um evento com o formato do Mondial, que eu particulamente gosto. Este modelo já funciona em outros lugares e com outros eventos e acredito que seja algo muito importante para o mercado. Fiquei surpresa com o movimento no primeiro ano de estréia na cidade e espero que tenha forças para os próximos anos. As cervejarias do estado são beneficiadas em termos um evento no estado, diminuindo custos de deslocamento e atingindo um público mais local.

24) Melhor fato cervejeiro de 2018
Brasil se destacando em concursos internacionais
Justificativa
É fato que o Brasil está alcançando seu lugar ao sol no planeta cervejeiro. É sabido que ainda temos muito a caminhar. Fiquei feliz em ver o país se destacando em concursos pelo mundo, não só pelo número de medalhas que ganhamos, mas também com o feedback que tenho ouvido de perto de jurados renomados internacionais. Em conversas que tive com os profissionais de fora do Brasil, muitos deles elogiaram a qualidade das cervejas degustadas aqui. Estamos enfim conseguindo entregar cervejas mais técnicas e mais bem feitas em eventos como este. O Desafio agora é outro (e conto no pior fato cervejeiro abaixo)

25) Pior fato cervejeiro de 2018
Cervejas ruins nas prateleiras e copos
Justificativa
Tomei muita cerveja ruim, muita mesmo. Comprei muita cerveja que não estava boa. Ganhei muita porcaria. Recebi muitas cervejas que não deveriam estar no mercado. Sim, é fato que melhoramos, mas muita gente que está no setor cervejeiro está pelo lucro, somente. As pessoas se encantam pelo mercado ‘olha só que lindo’,. Monta uma fábrica, gasta uma grana milionária ou então resolve começar de forma cigana. Primeiro lote ótimo, segundo lote ok, terceiro lote com off-flavors. O que se faz? Deixa no mercado mesmo. Parece que pensam ‘ah é pouca coisa, ninguém vai perceber’. Este ano foi recorde de cerveja contaminada, cerveja com diacetil, cerveja com brett sem ter brett, cerveja oxidada a rodo. Triste ver que a ciência da fabricação é muitas vezes esquecida. Jogar um tanque de cerveja custa muito caro, um carro novo as vezes. É preciso saber se você está pronto para isso ou está só ganhando dinheiro em cima de gente que não tem paladar apurado. Para mim como consumidora, cerveja no ralo.

26) Previsão cervejeira para 2019
Latas, Sours, Americanismos
Justificativa
Não fugimos muito do comum. Vejo que as embalagens estão cada vez mais se adaptando, as latas aos poucos tomam conta. As cervejas mais ácidas continuam chegando em forma de Sour, Catharinas e afins. Continuamos seguindo as tendências americanas e formatos diversos de IPA´s.

27) Qual, na sua opinião, é o impacto no mercado do lançamento de produtos de grandes cervejarias como a Skol Hops?
a) positivo
Justificativa
Não tomei a cerveja, mas vejo de forma positiva a chegada de cervejas que tragam à luz a existência de conteúdo. Muita gente reclamou da Skol Hops, mas existe um ditado no mundo que diz ‘falem mal mas falem de mim’ acho que ganhou destaque por isso. É bacana trazer para o mercado mainstream ideias novas e fora do comum.

28) Qual dos métodos de avaliação de cervejas por terceiros você considera mais confiável?
b) concursos cervejeiros
Justificativa
Como trabalho como jurada também, vejo que temos critérios de avaliação sérios e seguindo as tendências mundiais. Profissionais da área estão ali para julgar de maneira técnica, mais do que pessoal.

29) Qual sua opinião sobre grupos de venda coletiva de cerveja que têm surgido principalmente no Whatsapp?
Tenho preguiça. Não gosto de grupos de Whatsapp, mas acho que funciona. Aqui em Ribeirão já surgiu essa modalidade e se ajudar o processo e preços, ótimo.

30) Você manteve ou mantém relação comercial/profissional com empresas que produzem ou importam/distribuem os rótulos citados nas respostas anteriores? Em caso afirmativo, por favor especifique em quais questões
b) Não

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