Por que Nina Horta vai deixar um vazio

Por que Nina Horta vai deixar um vazio

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Foto: reprodução Facebook (crédito: Raquel Cunha/Folhapress)

A segunda feira do dia 7 de Outubro de 2019 acordou sem sal, sem açúcar, sem sopa.

Vítima de uma infecção generalizada, a escritora Nina Horta morreu aos 80 anos neste domingo, 6 de outubro, aos 80 anos. Cozinheira, empresária, autora de livros e cronista da Folha de São Paulo desde 1987, Nina perdeu a batalha contra um câncer e deixa um legado delicioso de amor pela comida e pelas letras.

Premiada, a escritora colecionou em sua carreira títulos importantes como o Prêmio Jabuti em 2015 com a obra O Frango Ensopado da Minha Mãe. Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Nina passou grande parte da vida radicada em São Paulo, onde trabalhou como banqueteira e também se pós-graduou em educação.

Nina era viúva, deixa três filhos, três netos e um bisneto.

Muitos admiradores, fãs, leitores e amigos de Nina prestaram condolências nas redes sociais.

“A Nina mostrou que a comida é um meio para falarmos, discutirmos e vislumbramos muitas coisas além daquilo que somente colocamos no prato. E ela fazia com as palavras o que as melhores nonnas fazem com as massas: misturava, abria, dobrava o texto, sempre em busca não só da melhor forma, mas de servir seus comensais com aquilo de mais delicioso que pudesse oferecer. Ela criou um estilo muito pessoal de escrever sobre comida que não tinha paralelos no Brasil: com prosa, com tempero, com inteligência e um bem apurado humor.” escreveu Rafael Tonon, jornalista de gastronomia.

Cris Beltrão  escreveu em seu Facebook logo cedo “Querida Nina Horta, buraco no peito e no texto. Lugar que ninguém tomará.”

Luiz Horta, amigo bastante próximo, escreveu um texto em sua homenagem, para a Folha de SP (AQUI)

“Mas, ela era generosa, escrevendo melhor que todo mundo, precisava ser magnânima com os demais.”

Josimar Melo, também bastante próximo a Nina, deixou seu texto sobre a escritora, na Folha de SP (AQUI)

“Resta reler o que ela escreveu e apreciar com a mesma volúpia com que repetimos nossos pratos preferidos.”

Carlos Alberto Dória disse em seu texto no Facebook: “Estamos no limiar de cometer uma grande injustiça: querer imortalizar Nina Horta como alguém que se dedicou à critica gastronômica e, inclusive, colaborou para o desenvolvimento da gastronomia. Não foi nada disso! Nina era talvez a ultima representante de um gênero literário que os jornais foram silenciando pouco a pouco: a crônica.” e publicou um texto do blog e-Boca Livre, de 2015 que fala sobre a Nina Horta (AQUI)

Alguns dos exemplos que vimos e que fazem com grande respeito, uma homenagem a quem foi essa mulher tão incrível e poderosa em letras.

Já faz falta Nina, mesmo que a tempos não aparecesse nas redes sociais e artigos, era uma alma que deixava melhor a gastronomia. Vai agora descansar e nos iluminar, temperando outros planos.

E para você conhecer melhor a obra dessa incansável artista das letras, fizemos a curadoria de alguns dos textos que mais nos inspirou ao longo desses anos.

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