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Choveu na praia, 6 coisas gostosas para comer em casa quando faz frio

Fotos por Bia Amorim para Farofa Magazine

Você programou com os amigxs de passar uns dias na praia. A animação foi tanta, que nem olharam a previsão do tempo para ver que ia chover. Chegando, tem que lidar com aquela umidade absurda, as toalhas que estão sempre molhadas, o mar vindo de cima e os mercadinhos ruins nas ruas atoladas. Poderia não ser uma boa visão de programa legal, mas a comida tem um poder transformador. Nesse programa, tem dentro de casa um monte de crianças de diferentes idades, além dos adultos. Um baralho e coisa nenhuma para fazer é o que temos. Por isso, nada melhor que cozinhar coisas quentinhas, em dias frios e chuvosos, estando na praia, como eu, ou na verdade em qualquer lugar onde as tardes pareçam infinitas.

Separamos 6 coisas gostosas para comer e algumas dicas:

Churrasco

O clássico é fazer churrasco. Acender a churrasqueira e petiscar linguiças, queijos, pães de alho e carnes no ponto que mais gostamos. Eu sou a chata que quer fazer o vinagrete, pois gosto de cortar bem pequenina a cebola e o tomate em quadradinhos uniformes e tamanho médio. No tempero, não dispenso um bom azeite, um tanto de limão, sal, salsinha e pimenta do reino.

O milho cozido e depois colocado na churrasqueira é sempre uma delícia, típico de um barbecue americano.

Eu gosto muito de fazer uma batatonese caprichada com batatas bem amassadinhas, ovo de codorna picadinho, maionese, creme de leite, sal, azeite, salsinha e 1 colherzinha de cebola caramelizada, cortada bem pequena, quase uma pastinha.

O melhor de tudo é o cheiro de churrasco e a música que harmoniza com as conversas cheias de risada e cerveja gelada, mesmo nos dias frios. Churrasco é nossa forma de se conectar com as formas antigas de cozinhar. As sobras? São sempre muito úteis para outros pratos nos dias seguintes. O arroz carreteiro, a sopa com mandioca, o molho de macarrão, etc.

Macarronada

Dá para fazer um clássico à Bolonhesa, mas com as sobras do churrasco, você corta fininhas e pequenas as carnes, algo “na ponta da faca”. Se tiver tomates frescos, cozinha com água quente até a pele começar a sair (tem a dica de cortar uma cruz, para tirar mais fácil). Depois bate no liquidificador e tempera. Cebola e alho nunca é demais. No fim, manjericão. Eu gosto muito de fazer um molho Bechamel clássico, que é o branco “sem nada”. Coloco uma colher de manteiga, generosa, uma colher de farinha de trigo branca e mexo na panela até a pastinha dar uma cozinhada, depois coloco leite em temperatura ambiente e mexo para ganhar consistência. Tempero com sal, pimenta do reino e bastante noz moscada. Esse molho branco, coloco só um pouco por cima do macarrão. Queijo ralado para arrematar a delícia e comer enquanto está quentinho. Esta opção além de tudo é bastante econômica.

Estrogonofe

Cada pessoa tem sua própria receita de família. Quando você compartilha a cozinha com amigos é muito legal observar como coisas que tem o mesmo nome, tem diversos estilos de se fazer. Cada segredo e detalhe é uma joia a ser guardada.

O estrogonofe parece ser aquele tipo de prato que pode ser preparado de tantas formas, mas sempre tem um final parecido ou quase. A base em geral é a carne picadinha, com ketchup e creme de leite. Mas eu estou longe de ficar nessa receita rasa e prefiro ir mais a fundo com sabores mais intensos.

Nesta receita que fizemos (da foto) o final ficou tão espetacular, que é impossível dizer se foi a pitada de sal de um, o corte da carne do outro ou se a decisão em conjunto de quantas latas de creme de leite iríamos colocar. O certo é de que a cebola precisa ser dourada, molho inglês é obrigatório, noz moscada é necessária, cogumelos são dispensáveis (apesar de deliciosos, mas quem lembra de comprar?), pimenta do reino e salsinha são detalhes a se considerar. O molho vermelho, esse sim pode ser feito com molho de tomate MESMO. Não vamos nos iludir de que um Heinz vai trazer o que precisamos no resultado final de sabor. A mostarda certamente ninguém pode abrir mão.

Arroz do jeito que for. Super soltinho ou mais grudadinho, cada casa com cada um. Batatas palhas podem ser mais larguinhas ou das bem fininhas, que parecem cabelinho de anjo. Em jantares mais sofisticados com cara de homemade, curto batatas assadas ao forno com alecrim, onde a casca fica bastante crocante e o miolo um purê.

Sopa de cebola

Além de aquecer o corpo, a sopa de cebola vai fazer você dormir como um anjo. É o que dizem alguns mitos gastronômicos. O importante é você cortar as cebolas em rodelas e colocar em uma panela com fundo grosso e bastante manteiga. Mexe de vez em quando e deixa elas lá caramelizando, coloca um pouco de farinha de trigo e mexe até fazer casquinhas com algumas. Depois, na minha versão, eu coloco vinho branco seco, sal, pimenta do reino, noz moscada e água quente. Coloco bastante água, pois vai ficar fervendo e evaporando. Deixa ferver uns 20 ou 30 minutos, em fogo baixo.

A sopa de cebola mais famosa é a Lyonesse, alguns sites dizem que usa caldo de carne, que deve ficar bom também, mas eu prefiro usar nada a usar caldo pronto em tabletes. O mais importante é a fatia generosa de pão, com queijo em cima e você gratinar isso no forno, dentro da sopa. Vai por mim, assopra e se diverte. É delicioso e muito simples e barato de se fazer.

Brigadeiro

Precisa de um docinho? Cansou das bolachas sem gosto? Preguiça de fazer algo elaborado? Pouca grana para gastar? O brigadeiro é patrimônio brasileiro e não tem chef no mundo que critique o doce super doce que nos faça desistir dele. Quase rápido, ingredientes simples, agrada a quase todo mundo.

Eu coloco 1 lata de leite condensado, 1 gema sem a pelinha (sabe Deus porque), 1 generosa colher de manteiga e 2 super colheres de chocolate. A questão é que o chocolate que você usa, interfere muito no sabor final. Mas é também fato de que usar Toddy ou Nescau ou Ovomaltine é algo que faz você voltar décadas atrás e lembrar de coisas gostosas com esses achocolatados e açucarados. Mas tudo bem, o importante é mexer com cuidado e fogo baixo. O ponto ideal para mim é quando no dia seguinte ele tá bem grudento. Faço como a Rita Lobo ensinou e coloco o plástico filme colado na massa. Mas como a preguiça é muita, deixo no prato mesmo e como a colheradas.

Café com leite

De manhã ou de tardezinha o café com leite é um abraço quentinho e cheio de afeto. As crianças gostam e os adultos adoram, é sucesso na certa. Para cada copo de leite, eu coloco 1 colher de açúcar e vou com uma jarra leiteira ao fogo. Gosto de quase deixar ferver, mas sempre mexendo, sem ferver. Coloca no copo e completa com café. A gosto.

Peço 6 nesse seu truco de que não é uma lista de coisas gostosas de se comer só no frio, mas também no verão ou outono ou no inverno. Jogando baralho para matar o tempo que queria estar na praia, mas lá no máximo, eu ia conseguir um queijo coalho quentinho em um dia quente.

 

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