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Segurança alimentar: como evitar perrengues com contaminação dentro e fora de casa

A alimentação fora de casa se tornou um dos grandes vilões do orçamento do brasileiro nos últimos anos, sendo responsável por cerca de 31% da renda familiar, de acordo com IBGE – instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com a demanda, o mercado se aqueceu trazendo à tona uma discussão inevitável: será que todo restaurante e lanchonete respeita as regras de segurança alimentar?

Quando o consumidor se alimenta em um local que não segue as normas de segurança alimentar, são comuns casos de DTA – Doença Transmitida por Alimento, que podem gerar desde uma diarreia até casos de botulismo, doença bacteriana que pode levar à morte. O aumento de casos de botulismo no Brasil nos últimos anos – em 1999, houve apenas 1 caso no brasil e em 2013 chegaram a 34 as suspeitas – vem criando alertas para a qualidade do que estamos consumindo dentro e fora de casa. Crianças, idosos e pessoas com a saúde já debilitada são mais suscetíveis à intoxicação alimentar.

E há quem pense que comer em casa nos torna imunes de contaminação, o que não é verdade. E para ajudar você a evitar problemas de intoxicação com restaurantes, marmitas, descongelamento de alimentos, reunimos algumas dicas de ouro com a ajuda das especialistas Simone Galvão e Aline Lana, diretoras da ACN Nutrição, consultoria em segurança alimentar.

COMENDO FORA

1) Em Ribeirão Preto, por exemplo, existe uma lei municipal que obriga todo estabelecimento a ter sua cozinha e dependências internas abertas à visitação do cliente. Portanto, você tem todo o direito de pedir para conhecer o espaço onde é preparada a comida. Consulte a legislação da sua cidade.

2) De acordo com Simone e Aline, um dos erros mais comuns dos restaurantes se refere à higienização dos hortifrútis que, em muitos casos, são apenas lavados e não passam pelo processo de desinfecção, etapa responsável pela eliminação ou redução de microrganismos presentes nas frutas, verduras e legumes.

3) Em salgaderias e bares, observe se as estufas dos salgados estão ligadas e se as saladas estão mantidas em balcões refrigerados. Essas são situação que podem ocasionar uma intoxicação alimentar, já que a temperatura ambiente é ideal para a proliferação de bactérias.

4) Em padarias, verifique os rótulos de embalagens com pães, biscoitos, doces, etc. Eles devem conter no mínimo a data de fabricação e validade.

5) Em todos os estabelecimentos, procure saber se existe um nutricionista profissional responsável pela segurança alimentar ou um profissional cuidando da temperatura dos alimentos frios e quentes.

6) No caso do restaurante, o indicado é que ele prepare o alimento e já sirva na temperatura correta. É comum que molhos, por exemplo, sejam pré-preparados, antes de serem servidos. Mas, para isso, é preciso seguir algumas orientações. Depois de preparado o molho passa por um resfriamento adequado, seguindo os controles de qualidade, para evitar contaminação. Quando for servido, o correto é que ele seja aquecido novamente, acima de 65 graus.

Estufas precisam estar ligadas e estabelecimento tem que ter alguém responsável pela temperatura dos alimentos. Foto: Pexels

Qualquer denúncia por falta de higiene, desrespeito às leis vigentes ou contaminação, deve feita à Vigilância Sanitária da sua cidade, que é o órgão responsável pela fiscalização dos estabelecimentos.

COMENDO EM CASA

Fazer as próprias refeições possibilita que façamos melhores escolhas dos ingredientes, além de baratear o custo da alimentação diária. No entanto, cozinhar não elimina a possibilidade de contaminação por alimento, sendo necessários alguns cuidados básicos para evitar doenças sérias.

Siga as dicas abaixo para congelar a comida de forma correta:

– No caso dos pratos preparados em casa, como uma carne, a recomendação geral é manter o produto congelado por no máximo 30 dias, com a temperatura oscilando entre menos 10 e 18 graus.

– Papinhas de bebê: quando for mantida em geladeira, a recomendação é manter a temperatura o mais baixa possível, entre 2 e 4 graus, por no máximo 3 dias.

– Legumes: para congelar legumes, ferva-os já devidamente limpos, desinfetados e cortados até que atinjam o ponto al dente. Escorra a água e coloque-os em uma bacia com água gelada ou fria com gelo para que interrompa o processo de cozimento. Armazene no freezer em potes muito bem fechados ou em saquinhos plásticos com vedação.

Como fazer a higienização correta do congelador:

1. Limpar com pano descartável e solução de detergente.

2. Enxaguar com pano descartável umedecido em água.

3. Borrifar álcool 70% e espalhar com papel toalha.

4. Deixar secar naturalmente.

Como fazer a higienização correta do freezer e geladeira:

1. Desligar o equipamento da energia e transferir os produtos para outro local refrigerado.

2. Retirar as partes móveis (prateleiras, gavetas) e lavar com água e detergente, secar e borrifar álcool 70%.

3. Lavar com a solução de água e detergente e auxílio da esponja a parte interna e externa, incluindo borrachas das portas (retirar o excesso de água da esponja para a limpeza).

4. Retirar o resíduo de detergente com pano descartável umedecido em água.

5. Secar com pano descartável.

6. Borrifar álcool 70%, espalhar com papel toalha e deixar secar naturalmente.

7. Colocar as partes móveis e ligar o equipamento.

8. Quando atingir a temperatura adequada transferir os alimentos.

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