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Entrevistamos Ailin Aleixo, jurada do programa Top Chef Brasil

Farofa Magazine conversou com Ailin Aleixo, jurada do programa TOP CHEF BRASIL que estreia este mês na TV Record. Ela divide a bancada e a tarefa de julgar os pratos dos cozinheiros profissionais, junto com o chef Emmanuel Bassoleil e o chef e apresentador Felipe Bronze. O prêmio a ser disputado é um cheque bem gordo no valor de R$ 300 mil reais.

Com extensa carreira na área de gastronomia, Ailin escreve sobre o tema de forma muito séria e profissional, trazendo à tona assuntos que nem sempre são discutidos. É uma das mais respeitadas jornalistas na área de gastronomia e já havia sido convidada para compor como júri outras bancadas de concursos gastronômicos no país.

O RESUMÊ DO PROGRAMA TOP CHEF BRASIL

São 16 participantes, em 13 episódios, onde só profissionais participam. Eles vão ficar confinados em uma casa durante as gravações do reality. As inscrições foram abertas em janeiro deste ano. É a primeira temporada no brasil, mas já tem mais de 16 temporadas nos Estados Unidos, que é um sucesso de público.

Estreia na quarta-feira (3), a partir das 22h30, na Record TV.

Ailin Aleixo, pronta para gravar e garfar. Foto: Pessoal

FM 1.       Qual o papel do profissional “crítico de gastronomia”?

AA: No TOP CHEF, ampliar o olhar sobre a gastronomia, adicionando na competição um novo ângulo de avaliação sem ser o do chef de cozinha – eu sou a primeira jurada não-chef em todos os realitys gastronômicos do país.

Fora do TOP CHEF, o papel do crítico é proporcionar visão abrangente sobre os movimentos e tendências gastronômicas e de alimentação, avaliar o desenvolvimento do mercado no qual está inserido (no meu caso, São Paulo e Brasil), detectar novos talentos e desenhar um panorama macro sobre o assunto. Comer é só uma parte do trabalho.

FM 2.       O que deixou você mais à vontade para fazer parte do programa TOP CHEF BRASIL?

AA: Fico muito à vontade por não se tratar de um personagem – eu no TOP CHEF sou eu, profissionalmente, fora do TOP CHEF. A maior diferença é que em vez de escrever, falo o que penso direto para o chef, ali, na hora.

FM 3. Criticar olho no olho, é mais difícil que escrever? Como foi a sua posição perante os participantes?

AA: Por crer que uma postura respeitosa é essencial ao avaliar o trabalho de um profissional, não tenho dificuldade alguma em dizer o que precisa ser dito. Ser direta e dura, quando necessário, não implica em ser agressiva. Esse papo de que crítico tem que ser grosso e inatingível não faz sentido algum. Ser respeitado é bem diferente de ser rude.

FM 4. Como um profissional de cozinha melhora e cresce na carreira? Qual o ponto principal?

AA: O ponto essencial para um profissional de cozinha melhorar em seu ofício é jamais parar de construir referencial.

Explico: nos consideramos tão bons quanto o que conhecemos. A base de comparação é sempre o conhecido.

Quando essa referência é ampliada (e isso consegue viajando, conhecendo restaurantes, frequentando mercados, indo a congressos…), abre-se espaço para questionamentos, polimentos, testes. Nos tornamos melhores à medida que descobrimos saber pouco e ansiamos saber mais.

Competidores em cena. Foto: Antonio Chahestian/Record TV

FM  5.   Os programas culinários trouxeram uma busca pelo conhecimento de forma que agregou ao mercado no Brasil?

AA: Os programas culinários/gastronômicos são, para o grande público, uma porta de entrada amigável e sedutora para esse universo. São um portal dimensional: através deles entra-se em contato com ingredientes exóticos, técnicas desconhecidas, combinações impensáveis, chefs famosos, viagens deliciosas, personagens cativantes. Quanto mais se fala sobre um assunto, mais ele entra para o cotidiano das pessoas, mais interesse gera. E interesse gera oportunidade de negócios.

FM 6.  Como foi compor o júri com duas figuras tão icônicas da gastronomia, Emmanuel e Felipe?

AA: Delicioso. Nós três nos conhecíamos apenas socialmente e terminamos a temporada como amigos: nos demos bem logo de cara. Nossa convivência é divertida, empolgante, intensa. É muito bom trabalhar com pessoas e profissionais que admiro.

FM 7.  Os cozinheiros em grande parte passam longe de conhecer os produtores e entender o alimento de uma forma que não só no prato, como mudar essa visão e relacionamento?

AA: É mais do que urgente incutir na mente de cozinheiros e chefs que sem produtores, sem o campo, não há cozinha, não há prêmios, não há nada. A boa comida não começa no mise en place: começa no método de produção do insumo, no cuidado com a terra e com animais, no impacto socioambiental do ingrediente. Muito me admira que a maioria das faculdades e cursos profissionalizantes de gastronomia não tenham em seu currículo aulas práticas sobre produção de alimentos… afinal, alimento é a matéria-prima de todo cozinheiro.

Ailin, do site Gastrolândia, mais importante portal sobre gastronomia no país. Foto Antonio Chahesti.

FM  8.  O produto brasileiro, mandioca, café, cacau, açaí entre outros podem ser colocados e servidos em “bandeja de prata”?

AA: Somos berço de uma biodiversidade fantástica e temos ingredientes sensacionais dos quais deveríamos nos admirar mais e mais. Nós, brasileiros, precisamos parar de admirar e desejar só o que não é nosso. Mandioca, pra mim, é o ingrediente mais incrível do planeta! Você já parou pra pensar tudo o que fazemos com ele? Farinha, farinha d’água, polvilhos doce e azedo (também chamados de fécula e goma), maniva, tucupi e tucupi preto, farinha de tapioca flocada…

O que dizer então da miríade de sabores das frutas e frutos do cerrado, esse bioma tão devastado e desconhecido por nós, como Cagaita, Mama-cadela, Pequi, Baru, Araticum, Buriti?

Somos gastronomicamente imensos.

FM 9.  O que esperar nesses 13 episódios do programa?

AA: Competidores de altíssimo nível, provas extremamente desafiadoras, convidados de peso, jurados exigentes e, acima de tudo, emoção. Muita emoção. Na cozinha, na casa TOP CHEF, na dinâmica de relacionamento entre os chefs. Porque, afinal, um TOP CHEF é movido por paixão.

Os participantes do programa são de diversas partes do país, conheça mais o perfil de cada um no site do reality, AQUI.  Mais notícias podem ser acompanhadas no site da R7, no LINK.

Conheça o currículo gastronômico dos âncoras do Programa:

Felipe Bronze

A RECORD TV convidou Felipe Bronze para comandar o novo reality.

Carismático e talentoso, Felipe é um chef reconhecido, dono de restaurantes premiados e bem-sucedidos, prestes, inclusive, a inaugurar em Portugal seu primeiro negócio internacional. Além disso, o cozinheiro é experiente com as câmeras, pois já apresenta programas de TV em outras emissoras no canal fechado.

O sucesso do carioca é reforçado ainda mais por ter sido escolhido como um dos 100 melhores chefs de cozinha do mundo pela revista especializada “Le Chef”.

Emmanuel Bassoleil

É um conceituado chef francês reconhecido mundialmente por suas inovações culinárias e pelo toque autoral que concede em cada prato que prepara.

Com décadas de experiência, é dono de diversos prêmios do mercado gastronômico e apresenta um programa culinário na TV, além de ser responsável pela cozinha do Restaurante Skye do Hotel Unique, já eleito um dos melhores do mundo.

Um jurado criterioso com amplos conhecimentos na área, Emmanuel vai provar os pratos dos participantes e abrir um cardápio completo de oportunidades para sua marca.

Ailin Aleixo

Fundadora do maior e mais influente site sobre culinária e turismo gastronômico do País, é uma jornalista que alcançou reconhecimento e credibilidade na área. O Gastrolândia existe desde 2009. Sócia da Mézon Food Hub e tem também o canal #ptdk no Youtube, além de palestrante.

Ailin iniciou a carreira aos 22 anos e chegou a trabalhar em algumas rádios apresentando boletins culinários. Realizou viagens por dezenas de países em busca dos mais diferentes alimentos, restaurantes e sabores do mundo.

Dona de um paladar altamente crítico, a jurada vai exigir o máximo dos candidatos e evidenciar grandes marcas do segmento de alimentos para o Brasil.

O Top Chef vai ao ar às quartas-feiras, às 22h30, na TV REDCORD, com direção geral do núcleo de realities de Rodrigo Carelli e direção geral de Chica Barros

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