Preço do café comum sobe mais de 50% e brasileiro reduz consumo

Preço do café comum sobe mais de 50% e brasileiro reduz consumo

- em Beber, Matérias
Foto: Rafael Almeida / Farofa Magazine

A bebida queridinha do brasileiro está passando por uma certa turbulência. O consumo de café no País tem encontrado obstáculos, porém as expectativas são positivas, especialmente quando o assunto são os cafés especiais.

Segundo a Scanntech, o preço do café comum disparou em 2022, muito acima dos repasses da inflação sobre a cesta de Mercearia Básica. O resultado foi uma redução do consumo da bebida entre os brasileiros. Houve uma retração de 4,3% em unidades vendidas diante de um aumento de 44,8% no preço unitário.

O estudo revela ainda que no primeiro trimestre de 2023 os preços desaceleram, com repasses inferiores aos observados na cesta de Mercearia Básica, assim como a retração de unidades vendidas, mas o consumo ainda está abaixo do registrado no mesmo período de 2022.

O tipo preferido entre os consumidores, o café moído, foi o que registrou o maior aumento de preços em 2022, atingindo 51,9%.

Tendências de consumo mostram mudança de comportamento

Mesmo com o aumento expressivo de preços, estudos realizados pela Euromonitor International apontam algumas tendências de comportamento do brasileiro com a bebida.

O consumo de café no Brasil, tende a se recuperar com aumento de 1,94 em 2023. Para 2024, a previsão é de que a alta seja de 4,10%.

Também espera-se que o consumo aumente nas residências e diminua nos cafés e restaurantes, mas os volumes gerais de vendas e consumo devem permanecer estáveis.

Além disso, os consumidores estão trocando cafeterias pelo consumo do café em casa. Em média, os brasileiros bebem de 3 a 4 xícaras de café por dia (com dados da Organização Internacional do Café – OIC). Mas se esse consumo de café antes se dava quase que 90% em cafeterias, a realidade tem se mostrado diferente nos últimos anos. E isso, graças à inflação e risco de recessão.

Cafés especiais ganham força no  mercado interno

Uma pesquisa publicada na Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que ouviu mais de 180 mil pessoas de 14 estados brasileiros, revelou que 25% dos entrevistados consomem cafés especiais (ou gourmets) periodicamente.

Já o  levantamento feito em 2021 pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado aponta que o consumo de cafés especiais no Brasil tem registrado um aumento médio anual de 15%. Esse crescimento demonstra uma mudança de hábito no consumidor brasileiro, que está trocando o café preto por um café de melhor qualidade.

A valorização da qualidade do café especial e o surgimento de novas cafeterias e torrefadoras especializadas têm impulsionado o mercado. Em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o Brasil produziu cerca de 4,7 milhões de sacas de 60 kg de cafés especiais, e as exportações do produto atingiram a marca de 5,5 milhões de sacas.

Além disso, a pandemia de COVID-19 levou muitas pessoas a investirem em equipamentos de preparo de café para consumo em casa, o que também contribuiu para o aumento do consumo de cafés especiais no país.

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