A Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) apresentou, recentemente, uma nova alternativa para a diminuição do consumo de plástico não biodegradável: um plástico filme sustentável para conservação de alimentos produzido com nanocelulose.
Apelidado de “papel que não molha”, o produto consegue reduzir significativamente a passagem de vapor de água e oxigênio, principais gases que provocam a deterioração dos alimentos. O filme é composto por nanocelulose e ceras naturais com propriedades para conservação de alimentos muito próximas do obtido por polímeros commodities, como o polietileno e polipropileno.
O produto, idealizado pelo engenheiro Gustavo de Souza, é resultado do trabalho desenvolvido na Nanobees, startup fundada em 2021 com foco em materiais nanoestruturados de fontes renováveis e atóxicos para o desenvolvimento de novidades que possam substituir o plástico não biodegradável. O material está sendo desenvolvido com o apoio da Fapesp, por meio do PIPE (Programa Inovativo em Pequenas Empresas).
Apesar da pesquisa ser uma resposta otimista perante o problema dos plásticos descartáveis, ainda não há previsão para o pástico filme sustentável estar disponível no mercado.
Por que nanocelulose é o futuro
A nanocelulose pode ser considerada material estratégico para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Consumo e produção responsáveis são um destes objetivos e atinge diretamente a área de gastronomia e alimentação.
Estima-se que o mercado desse tipo de material deva movimentar, até 2023, 700 milhões de dólares, numa tentativa de reduzir a produção e o descarte incorreto de plásticos descartáveis. Eles são responsáveis por mais de 75% do lixo marinho, poluição que custa ao planeta, anualmente, 2,5 trilhões de dólares.
São 16,4 milhões de toneladas de plástico descartável produzidas anualmente, o equivalente a mais de 900 piscinas olímpicas por dia.