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Brigando com nossos gostos cervejeiros

Foto: Jeremy Perkins via Unsplash

Já fui de defender Pilsen. Hoje não mais. Descobri que a Pilsner Urquell não precisa de defesa. Hoje entendo sua história e vejo que a tradição das cervejas Lagers é serem delicadas no sabor, entretanto, porém, todavia: difíceis de copiar. Mas é na real coisa recente no mercado, tendência de massa, não tem nem mil anos essa moda. Apesar da jovialidade é defendido com unhas e dentes por quase todos. Não faz meu estilo, mas já fui bem chegada.

Já fui de me apaixonar por Witbiers. Atualmente não dou moral. Descobri que os belgas não brincam em serviço. São quietos na publicidade e dedicados na fermentação. Não precisam de ninguém cortejando por wits. Você bebe sempre, coisa de amigo mesmo. Aquele aroma conhecido. O cítrico da galera, o trigo amistoso. Aquele modelo básico que te acompanha bem com a comida e vida leve.

Já fui de brigar com as IPA´s. Recentemente fiz as pazes. Descobri que amarga é a vida. Os ingleses não precisam de tanto lúpulo para equilibrar 3 pint´s em uma bandeja. Aquela base maltada não deve nada a ninguém. Os americanos, tão copiados, só querem causar com seus extremos. Os aromas de lúpulo “casca grossa” não me intimidam mais. Bebo sem temer.

Estive por muito tempo indiferente as cervejas escuras. Não sabia o que esperar. Aquele copo sombrio não me chamava atenção. Ultimamente tenho me visto nebulosa. Pensamentos onde somente uma nota tostada como café, pesada como um martelo me faz enraizar. Por mais contraditório que seja, me fez repensar as brigas que tinha com o paladar. Queria controlar. Não vai gostar de berinjela. Não se atreva a comer o jiló. Não salive pelo azedo. Não ceda ao picante. Não abra mão de não gostar de algo.

Sem perceber me deixei livre para entender o sabor amadeirado, aceitar o defumado. A riqueza de uma fermentação. A ponte que uma acidez pode criar. Notas, texturas, passado, presente. Já fui de tanta coisa. Cataloguei e fui caminhando. Quando vi gostava de um pouco de tudo. Quebrei meu drama. Abri uma Porter, uma janela, uma chance para experimentar sensorialmente outras opiniões, que não só do meu inconsciente tolo.

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