Venda de comida pelo whatsapp impulsiona pequenos negócios

Venda de comida pelo whatsapp impulsiona pequenos negócios

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Com 1 bilhão de usuários no mundo, o Whatsapp ganhou a preferência do brasileiro, sendo que nós somos o segundo país que mais se comunica através dele. Segundo dados de uma pesquisa do MEF – Mobile Ecosystem Forum, realizada em 2016, 76% dos brasileiros que possuem celular utilizam o aplicativo.

Em Ribeirão Preto, pequenos empreendedores da gastronomia passaram a ver o Whatsapp também como um grande parceiro de trabalho e impulsionaram suas vendas através do aplicativo.

Marmita saudável em expansão

Marisa Escobar Cunha é nutricionista e há pouco mais de um ano fundou, junto com a sócia Larissa Pires, a Casa L’amary, uma microempresa de marmitas saudáveis. No cardápio, que pode ser comprado quinzenal ou mensalmente como uma espécie de assinatura, opções com calorias reduzidas e low carb.

Marisa conta que desde o início divulga os pratos em suas mídias sociais, mas que todas as vendas são fechadas via Whatsapp. “Como não temos loja física, trabalhamos muito com ele. Sempre mandamos cardápios, combos e promoções através de listas de transmissão. Todo mundo tem acesso ao whatsapp, é fácil e rápido”.

No entanto, nem tudo são flores e falhas acontecem. Como são muitos os pedidos, é preciso ficar atenta com o volume grande de notificações no celular. “Ontem mesmo esquecemos de anotar um pedido e acabou passando. Felizmente, conseguimos mandar a marmita a tempo para a cliente, mas é coisa que acontece, é muita coisa!”.

Os negócios estão indo tão bem que as meninas passaram a trabalhar em uma cozinha industrial, contrataram mais funcionários e também uma assessoria para cuidar do marketing no Facebook e Instagram. A Casa L’amary vende até 1.300 marmitas por mês somente pelo aplicativo.

Marisa e Larissa (com o celular) vendem 1.300 marmitas por mês via Whatsapp. Foto: Fran Micheli

Lasanhas esgotadas em 20 minutos

Toda quinta-feira é dia de mandar o cardápio para a lista transmissão. Às sextas, tem entrega o dia todo. Essa foi a forma mais organizada que Carlos Eduardo di Alessandro Júnior, o Cadu, encontrou para vender as delícias que cria em sua microempresa, A Pequena Cozinha.

Há pouco mais de um ano, Cadu apostou em uma loja online, mas com a sugestão dos próprios clientes, desistiu e migrou seu sistema de vendas para o Whatsapp. “É a forma que eu mais vendo comida para o fim de semana. Tenho clientes novos toda semana, mas envio só um aviso por semana para não ficar chato e criar um spam, muita gente não gosta”. Ele também aproveita o recurso “status” para divulgar as fotos da produção diária.

Além disso, Cadu explica que criou algumas regras para a divulgação dos seus cardápios. Segundo ele, as mensagens são enviadas apenas em horário comercial.  Poucas fotos – geralmente só uma da novidade da semana – mais um layout específico para o Whatsapp que torna a leitura mais fácil. “Primeiro, mando um pequeno texto com uma mãozinha apontando para baixo, avisando que segue o cardápio. Assim, as pessoas que não visualizam fotos automaticamente sabem do que se trata e podem abrir. São macetes que aprendi ao longo do tempo e que têm funcionado muito bem”.

No dia em que falamos com o Cadu, ele tinha acabado de divulgar a produção de lasanha à bolonhesa. O estoque de 20 unidades se esgotou em 20 minutos. “Vendi uma lasanha por minuto no whatsapp”, conta.

O pós-venda também é uma preocupação para A Pequena Cozinha. Sempre quando tem cliente novo que comprou pela primeira vez, ele manda uma mensagem na terça-feira perguntando se estava tudo bem e se o cliente ficou satisfeito. “Tenho conseguido manter minhas vendas com o Whatsapp e a melhor coisa é que não tem custo nenhum, não preciso patrocinar como no Facebook. Eu vejo que as pessoas estão vendo o que estou divulgando, está sendo uma ótima ferramenta de trabalho”.

Cadu e a fornada de bolos de banana com chocolate que vão para os clientes do Whatsapp. Foto: Fran Micheli

Vegetarianos online

Outra empresária que aposta no Whatsapp como ferramenta de vendas é a Alana Paiva Pieronti, sócia-proprietária da LariVeg. Formada em marketing, há três anos se dedica à cozinha vegana e há um ano, o aplicativo passou a ser o seu principal aliado para fechar pedidos. “Antes usávamos somente o Facebook e Instagram, mas quando passamos a divulgar pelo Whatsapp tivemos um crescimento de 60% nas vendas”.

Atualmente, além da lista de transmissão de cerca de 300 pessoas, Alana também mantém um grupo de troca de receitas e informações sobre alimentação vegetariana.

“Hoje sem o celular não fazemos nada. Uma vez minha filha de dois anos jogou meu celular na água do cachorro e quase surtamos. Pagamos o conserto, mas perdemos pedidos”, conta. Hoje, a empresa mantida por Alana e o marido fatura em torno R$2.500,00 com os pedidos fechados pelo aplicativo.

Brigadeiros fazem sucesso

Há poucos meses, a sommelière de cerveja Bia Macedo saiu do seu emprego fixo para empreender e criou uma linha de doces finos que levam cervejas. Entre as receitas, a prioridade é usar cervejas produzidas em sua cidade, Ribeirão Preto. O cardápio da BeerGadeiro varia semanalmente e combinações inusitadas desafiam o paladar de formiguinhas cervejeiras. Leite ninho com Invicta IBU 1000, Chocolate com Munich Dunchel e morango com Colorado Rosalia estão entre as criações de Bia.

Ela diz que 90% das vendas são feitas via Whatsapp e que vende, em média, 60 brigadeiros por semana. “É muito rápida a venda, o cliente vê os sabores, já escolhe o que quer, encomenda, já combinamos tudo certinho. EU não perco tempo com mais nada”.

Mas pode mesmo vender pelo Whatsapp?

De acordo com Leonardo de Moura Persi, gestor do departamento de serviços de alimentação fora de casa, pode sim. Estabelecimentos de varejo podem se utilizar de qualquer canal para fechar negócios e aumentar suas vendas. No entanto, os produtos devem atender as legislações de segurança alimentar, regidas pela Anvisa e pelas Vigilâncias Sanitárias de sua cidade, incluindo o RDC – 216, o regulamento que trata destas regras. As regras podem mudar de acordo com a região.

Segundo Leonardo, existem boas práticas para o empreendedor utilizar o Whatsapp da melhor forma possível como: utilizar número comercial, foto de perfil com logo da empresa, prestar muita atenção na redação para não haver erros gramaticais, ter autorização do cliente para envio de suas mensagens, evitar poluir a caixa de entrada dos clientes.

Outro ponto imprescindível é a agilidade na resposta. “A partir do momento que a empresa oferece esse canal de atendimento e vendas, certamente o consumidor busca uma resposta rápida, ainda mais se tratando de alimentação”.

E atenção: apenas os contatos que possuem o seu contato adicionado irão receber a sua mensagem. Se o seu contato não estiver recebendo a sua transmissão, peça a ele que verifique se o seu número está adicionado. Mais detalhes AQUI.

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