Carta de um químico apaixonado

Carta de um químico apaixonado

- em Artigos

Berílio Horizonte, Zinco de Benzeno de 1.994

Querida Valência,

Não estou sendo precipitado e nem desejo catalisar nenhuma reação irreversível entre nós dois, mas sinto que Estrôncio perdidamente apaixonado por ti. SaBismuto bem que te amo. De Antimônio posso te assegurar que não sou nenhum érbio e que traBário muito para levar uma vida estável.

Lembro-me de que tudo começou nUranio passado, com um Arsenio de mão, quando atravessávamos uma ponte de hidrogênio. Estavas num carro prata, com rodas de magnésio. Houve uma atração forte entre nós dois, acertamos os nossos coeficientes, compartilhamos os nossos eletros, e a ligação foi inevitável. Inclusive depois, quando te telefonei, respondeste carinhosamente: ” Protón, com quem tenho o praseodímio de falar?”.

Nosso namoro é Cério, estava Índio muito bem, como se morássemos num palácio de ouro, e nunca causamos nenhum Escândio. Eu Brometo que nunca haverá Gálio entre nós e até já disse quimicasaria contigo. Espero que não estejas saturada, pois devemos fazer uma reação de adição e não de substituição.

Soube que a Ines te contou que eu a emBromo: Manganês cuidar do seu Cobre e acredite níquel digo, afinal, nunca agi de modo estanho. Caso algum dia apronte alguma, eu sugiro que procures um avogadro e que me metais na cadeia.

Sinceramente, não sei por que estás a procura de um processo de separação, como se fossemos misturas e não substâncias puras! Mesmo sendo um pouco volátil, nosso relacionamento não pode dar erradio. Se isso acontecesse, Iridio emboro urânio de raiva. Espero que não tenhas tido mais contato com o Hélio (que é um nobre!), nem com o Túlio e nem com os estrangeiros ( Germânio, Polônio e Frâncio). Esses casos devem sofrer uma neutralização ou, pelo menos, uma grande diluição.

Antes de me deitar, ainda com o abajur acesio, descalcio meus sapatos e mercúrio no silício da noite, pensando no nosso amor que está acarbono e sinto-me sódio. Gostaria de deslocar este equilíbrio e fazer com que tudo voltasse à normalidade inicial. Sem ti minha vida teria uma densidade desprezível, seria praticamente um vácuo perfeito. És a luz que me alumínio e estou triste porque atualmente o nosso relacionamento possui pH maior que 7, isto é, está naquela base.

Aproveito para lembrar que me deves devolver o meu disco da KCl.

Saiba, Valência, que não sais do meu pensamento, em todas as suas camadas.

Abrácidos do Marcelantânio

*carta escrita num churrasco na República Mausoléu nos idos de 94, em uma das inúmeras tardes de devaneios. O manuscrito original, em papel ainda existe.

 

Você também pode gostar

Dos clássicos aos autorais, Shihoma lança carta de coquetéis

Com um dos endereços mais disputados para comer