Porcelana: a história da aguda beleza que resiste a séculos

Porcelana: a história da aguda beleza que resiste a séculos

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De todas as histórias já contadas pelo homem esta é, sem dúvida, a mais bela e delicada. A porcelana que conhecemos e nos acompanha diariamente, seja em nossas refeições, superfícies, ou mesmo como item de decoração, teve sua origem no extremo oriente, palco de grandes imperadores, artistas e guerras, com os quais até hoje temos contato graças a esta magnífica criação.

Sua origem data do século VI d.C. na China Imperial, mais precisamente sob o governo da Dinastia Tang. Como de costume, um fabricante local de cerâmicas acendeu o forno e as colocou lá dentro, todavia, sem perceber, a temperatura do forno estava mais alta que o habitual e quando ele foi retirar o material surpreendeu-se com o que viu: um elemento de alta dureza, translucidez, pureza e de cor branca. 

A partir daí, a porcelana caiu no gosto de todo o Império e começou a se espalhar por todo oriente. Inicialmente as pinturas feitas à mão retratavam desde cenas do cotidiano até mesmo das guerras que viriam a desenhar o território chinês como o vemos hoje.

Já no século XIII, Marco Polo, em suas viagens pela Índia e China, descobriu este fino elemento e, encantado por ele, decidiu levar até a Europa. Contudo, pela dificuldade de se chegar ao oriente na época, e devido ao bloqueio continental feito pelos turcos em Constantinopla nos séculos seguintes, seria inviável comercializá-lo no ocidente. Essa dificuldade fez com que países como França, Espanha, Portugal e Inglaterra dessem início a sua própria fabricação de porcelanas artesanais seguindo as recomendações chinesas. 

Mais tarde no século XVI, com as rotas comerciais reabertas e a descoberta do “Novo Mundo”, uma nova possibilidade de comercialização e expansão da porcelana foram vislumbradas. A famosa Companhia das Índias entrou em cena e desde então nos traz as mais belas e finas peças produzidas no oriente. Mas não apenas ela como também os países citados acima também se especializaram na fabricação criando assim um comércio ao qual viria ser um dos mais rentáveis com a abertura econômica proporcionada pela expansão marítima e o surgimento do Liberalismo no século XVIII.

Nesse contexto, a França sob o reinado de Luís XV, fundou a elegante fábrica de Limóges em 1764, que inicialmente supriria apenas a corte de Versailles e que mais adiante se espalharia pelo mundo como uma das mais nobres e cobiçadas peças de desejo. 

FRUITS D’ÉTÉ Royal Limonge

Sobre sua técnica, sabemos que a porcelana é feita com um tipo de argila branca e depois queimada em altas temperaturas. Ela apenas é decorada posteriormente, seja com pinturas artesanais, adesivos, aplicação de decalques e dourações ou com técnicas distintas, das mais antigas às atuais, o que a torna uma peça única e que já sobrevive por mais de mil anos. 

Atualmente, temos inúmeras fábricas espalhadas pelo mundo competindo pela mais fina espessura e o mais belo dos desenhos. O advento do desenho industrial e da produção em série do início do século XX possibilitou o acesso a este produto por todas as classes sociais ao redor do mundo. 

Obviamente que com as atuais demandas cada fábrica procura se especializar em um tipo de vertente, sendo a produção em série para atender o varejo, ou porcelanas decorativas que muitas vezes possuem peças exclusivas e de alto valor agregado o que as tornam um sedutor sonho de consumo por muitas pessoas.

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