É só uma helles mortal

É só uma helles mortal

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Cada pequena bolha que habita este planeta tem um número infinito de memes que consegue criar a partir de episódios épicos. Não é diferente no universo da cerveja artesanal. Com isso, estou sempre me questionando de forma a rir do assunto, com piadas bestas e rimas cruas.

A rotina é chegar notícia fresquinha todo dia. O padeiro sente inveja. Tem mais absurdo do que pão bom, logo cedo na praça. Tem mais notícia irrelevante que as comemorações importantes. Coisa besta, mais leve que lager malfeita com diacetil. Tá cheio.

Hoje foi um desses dias. Em meio ao caos de notícias políticas, cá estava eu com a minha humilde pumpkin ale, estudando na teoria (ufa) sobre off-flavors nos processos cervejeiros. Somos poucos os que apreciam abóbora líquida e alcoólica. No outono mais gente deveria tentar. De cara comprei duas garrafas de diferentes marcas. Uma com 4,4% de álcool e outra com 6,8% e encarando como o confronto do século.

Nos dias de hoje é a mídia social por qual todos nós vagamos, procurando espaço como cadeira em bancada de bar. Nos sentamos para apreciar os curiosos vuco-vucos que acontecem na calçada em frente. Ouço de “longe” que saiu no whatsapp, que apareceu no twitter e bombou nos comentários do Face. É sério gente! Um pessoal aí encarou a vez. Puxou o holofote com força. E todos nós fomos. Abre essa lager sem lagering aí. Pipoca harmoniza?

Sentei como a figurinha do Michael Jackson (vejam só: o musical e não o nosso muso), jaquetinha e pipoquinha, no grupinho malteado do whatszapzap. Era o boato de que uma cervejaria havia feito um registro, “mil anos atrás” (imagina se Hamurabi sabe disso!), com a palavra “Helles” (ainda tá podendo usar?), aquela de língua alemã e que a gente nunca sabe se pronunciou certo.

O uso da palavra seria só deles e pronto. Ih credo, azedou. Não fica bem para uma helles azedar, sabe? Alemães fazem bem cervejas com PH mais baixo, mas helles mesmo, sabe-se que é tradição, verstehst du? Melhor forma de contornar tudo isso é deixar que o cervejeiro fale, as leveduras deem seus palpites. Quem mesmo faz cerveja nesse lugar, o marketing ou a brassagem?

No fim das contas é assunto pra bar. Traz mais um balde de Munich. Mas senhora, a cidade? Não, aquela cervejinha clara, “a famosa”, uma “helles mortal”, que teve seu dia de fama.

 

Meuas amigos do Cervejonalista não perderam tempo:

https://cervejonalista.wordpress.com/2019/04/02/cervejonalista-registra-palavra-session-e-ipa-sem-graca-volta-a-se-chamar-american-pale-ale/?fbclid=IwAR3P4yV6r01leje_IwnobWqmfcDi3linxI5xp2KMX8JZsouPNWklgIPK_ZI

 

Falando sério, o pessoal da Abracerva se posicionou:

http://abracerva.com.br/2019/04/02/registro-de-estilos-de-cerveja-no-inpi/

 

Pessoal da Bamberg, que faz as melhores cervejas alemãs que se pode tomar em toda região de Votorantim a e arredores também comentou o assunto no Facebook:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2523101054367372&set=a.301088246568675&type=3&theater

E a Cervejaria Fassbier nos fez esse favor de falar sobre fazer o que fez. Eu fiquei feroz com o assunto e espero que eles refaçam esse posicionamento:

https://www.facebook.com/CervejariaFassbier/photos/a.149950178475897/1467528276718074/?type=3&theater

 

O cervejeiro Daniel Gontijo ainda nos atualizou (03/4) sobre a procedência das cervejas do estilo:

– Waldschlösschen faz Helles desde 1878 – Saxônia
– BAG / Schultheiss faz Helles desde 1887 – Berlin
– AEB – Helles desde 1884 – Kulmbach
– Puszta – Helles desde 1878 – Kulmbach
– Henninger – Helles dsde 1884, Erlangen,
– Carl Niklass Bauerei – Helles desde 1884, Erlangen

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