Fotos bonitas de comida é o que não faltam hoje em dia. As redes sociais estão transbordando gastronomia, obras de arte de profissionais e também caprichos caseiros. Vivemos um período onde tudo tem foto, vídeo, montagens, música, enfim é uma abundância, quase bagunça. Em meio a tantos movimentos, ainda conseguimos parar e olhar para imagens que nos saltam os olhos. E quem mexeu comigo, com esse olhar e clique, foi o fotógrafo Paulo Vitale.
Faz alguns anos que comecei a segui-lo no Instagram e com o tempo fui ficando ainda mais curiosa sobre seu trabalho. Parece poético, um tanto inquieto no bom sentido, curioso. Mas não são fotos de comida que mais me chamaram a atenção e sim as fotos de chefs de cozinha, em um lindo projeto que foi recém lançado, em livro, pelo fotógrafo. Em Chefs, as imagens não são simples. Todas as fotos carregam um forte simbolismo e um olhar muito intenso sob cada profissional.
O livro Chefs poderia ser desmembrado e colocado em uma galeria de arte, que bom que foi impresso e podemos ter em casa, em nossas cozinhas e prateleiras (e até emoldurados). Curiosa em conhecer um pouco mais sobre o Paulo fiz uma curta entrevista com ele, que você confere aqui na Farofa Magazine.
Farofa Magazine: Como você se tornou fotógrafo?
Paulo Vitale: Eu estava no terceiro ano da faculdade de História, na USP, quando percebi minha total inaptidão para a carreira acadêmica. Queria ver o mundo de perto. Como sempre fui muito visual e apaixonado por cinema, a fotografia apareceu como uma fada madrinha para este duplo encantamento: Conhecer as pessoas e lugares e produzir imagens destas experiências
FM. Você acredita que as fotos contam histórias?
P.V. Sempre contam histórias partindo do seu ponto de vista. A fotografia é uma visão particular de quem a produziu.
FM. Como se constrói um olhar para o que é belo?
P.V. Isso é bem subjetivo. A beleza está mais em como vemos uma pessoa ou cena e construímos uma imagem partindo desse encantamento. Mas pode ser o contrário, podemos ter um olhar crítico em cenas pretensamente belas.
A beleza está mais em como vemos uma pessoa ou cena e construímos uma imagem partindo desse encantamento.
FM. No livro chef você apresenta 51 profissionais de cozinha. Como foi a escolha destes nomes?
P.V. Usei o conhecimento de alguns críticos de gastronomia e Chefs para fazer a seleção
FM. Na produção das fotos você usa elementos diversos que criam um retrato que vai além do comum pois representa nas fotos uma certa emoção, características que muitas vezes não são óbvias, mas que sempre contam uma história por trás de cada foto. Como você faz esse estudo?
P.V. Eu pesquiso sobre os fotografados para chegar num conceito, mas tem também o contato direto, no dia da foto e muitas vezes um caminho mais intrigante aparece no meio do ensaio. A escolha do elemento de apoio sempre faz parte de um estudo. Tem que fazer sentido. Não pode ser um elemento aleatório, pelo contrário, deve condensar e representar as características da pessoa fotografada.
FM. Em uma cena com muitos cliques, como escolher uma só foto?
P.V. Não faço muitos cliques e geralmente paro quando acho que cheguei lá. Na maioria das vezes, escolho a última foto do ensaio.
FM. Quais outros trabalhos você lançou nos últimos tempos e quais vai lançar e já pode nos contar?
P.V. Lancei o “FEITO NO BRASIL” com retratos de 50 brasileiros exponenciais, pois queria produzir uma massa crítica positiva de grandes brasileiros. Depois fiz livros temáticos, com o mesmo conceito de agenda positiva. Este ano lancei “DRAGS“, com Drag Queens brasileiras e “CHEFS“. Tenho mais dois livros prontos que estão em fase final de diagramação: “CARTUNISTAS‘, com retratos de 100 cartunistas brasileiros, e outro, ainda sem nome, com retratos de representações artísticas do interior de São Paulo, como Folia de Reis, Congadas, etc…..
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FM. Você disse em uma entrevista que não é bom cozinheiro! Quais são suas comidas e bebidas favoritas?
P. V. Sou bom de garfo, copo e taça e interpreto um cardápio com maestria! rsrs
Amo tudo e navego em qualquer culinária. O lugar onde comi pra nunca mais esquecer foi o Japão. Mas em São Paulo temos o mundo todo. Conheço mais de 50 países, e acho que São Paulo é uma das melhores cidades do mundo pra comer e beber.
Quer saber mais sobre o livro?
- Editora : Editora Brasileira; Primeira edição
- Idioma : Português
- Capa comum : 204 páginas
- ISBN-10 : 6587323235
- ISBN-13 : 978-6587323237
- Dimensões : 20.5 x 20.5 x 1.5 cm
Siga o Paulo no Instagram: https://www.instagram.com/paulovitale/
Te uma reportagem muito bacana que saiu na Nossa UOl da jornalista Flavia G Pinho, com alguns vídeos dos bastidores: https://www.uol.com.br/nossa/reportagens-especiais/outro-angulo-dos-chefs.htm
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