1. Á Quem Ascendemos) o Fogo que nos Alimenta?
2. Á Quem damos a chama que nos Alimenta?
3. Á quem delegamos o Fogo que nos alimenta?
(fogo que nos chama para pensar no alimento)
O homem dominou o fogo cerca de 500 mil anos a.C.
Isso parece estar comprovado. Porém, não o dominou
de um dia para o outro, pela graça de um Prometeu. E
antes de o dominar completamente, utilizou-o para
cozer alimentos como indicam as ossadas carbonizadas
que acompanham os primeiros vestígios de fogueiras.
Diferenciando-se de forma definitiva de seus ancestrais
hominídeos, que ainda viviam num estado de
animalidade.
O controle do fogo é tão antigo e representa um passo
de tamanha importância na história humana que deu
origem a inúmeros mitos e teorias destinados a explicar
de que forma ele teria acontecido.
O fogo representa a primeira e mais básica forma de
cozinhar, concebida exclusivamente pelos seres
humanos para transformar a matéria da natureza na
matéria da nossa subsistência e do nosso prazer.
Segundo Lévi-Strauss, em O Cru e o cozido, escreveu:
“Cozinhar não apenas marca a transição da natureza
para a cultura, mas por meio dessa ação e com a sua
ajuda, a condição humana pode ser definida com todos
os atributos”. Implica na transformação do cru da
natureza no cozido da cultura. E cada uma das
diferentes técnicas que concebemos para realizar essa
transformação representa uma postura diferente, tanto
em relação à natureza de uma lado e à cultura de
outro. Cozinhar sobre o fogo, assar numa panela, o
tempo, a fumaça, o tempero, o corte, o molho ou fazer
um ensopado sugere uma abordagem mais civilizada.
Alquimias foram refinadas nas cozinhas e nos
mostraram o quanto fomos longe enquanto espécie, e
em quase todos os pratos podemos encontrar os
elementos de uma história, de emoções profundas.
Na Grécia antiga, a palavra para cozinheiro,
açougueiro, e sacerdote, era a mesma: Mageiros, cuja
raiz é igual à da “magia”.
A magia que nos proporcionou comermos juntos ao
redor de uma mesa preparada para um ritual sagrado,
contarmos e fazermos histórias, boas memórias na
chama do conviver e compartilhar.
Auguri, Farofa!!!!