Cafeterias brasileiras se rendem ao matcha

- em Content Lab, Namu Matcha

Bebida milenar ganha fãs no país e é a nova queridinha dos apreciadores de cafés especiais, apontando uma nova e promissora tendência de consumo 

 

Nos últimos anos, o boom das cafeterias – ou a terceira onda do café – foi a porta de entrada para um novo produto que vem desbravando seu espaço no ocidente. Além dos cafés especiais, que já conquistaram um público fiel, o matcha chega tímido, mas forte, nestes estabelecimentos. Seja como latte, gelado ou como ingrediente de drinks alcoólicos e receitas, este tipo de chá verde cresceu em procura conforme o público descobre suas potencialidades sensoriais. 

Afinal, o que é matcha?

Com origem na China e com processamento aperfeiçoado no Japão, o matcha é um tipo de chá verde em pó conhecido por seus benefícios para a saúde e sua versatilidade.

Uma das razões pelas quais o matcha tem ganhado popularidade nas cafeterias brasileiras é a sua flexibilidade na preparação. Além da tradicional cerimônia do chá, é possível encontrar o matcha em diversas formas: com leite quente, em smoothies, sorvetes e sobremesas. Essas variações permitem que os consumidores explorem diferentes combinações de sabores e descubram maneiras criativas de desfrutar dessa bebida milenar.

Matcha e seus utensílios para preparo tradicional | Foto: Namu Matcha

Muito além do espresso

O matcha já deixou de ser uma raridade encontrada apenas em lojas especializadas em chás. Cada vez mais cafeterias atendem à demanda dos consumidores que buscam novidades, oferecendo uma alternativa aos tradicionais cafés. 

“Hoje, vejo o mundo do chá ainda muito novo, parecido como era com o café 15 anos atrás. As pessoas ainda usam termos errados, mas já estão despertando a curiosidade, inclusive os baristas”, diz Rafaela Nascimento, barista, mixologista, especialista em chás especiais e co-fundadora da Coffee Five, no Rio de Janeiro. 

Para ela, os universos do chá e do café estão cada vez mais próximos. Tanto é que toda a equipe do Coffee Five fez uma capacitação na Escola de Chá do Embaú, o que possibilitou a criação de uma carta de chás, assim como de café. “Isso agregou muito valor, gerando uma curiosidade que faz com que as pessoas peçam mais a bebida”.

Atualmente, o local serve o matcha puro quente, gelado, além de matcha mocha com chocolate branco e o matcha sour, que é alcoólico. Rafaela explica que utiliza o Matcha Cerimonial da Namu e que um quilo é suficiente para um mês e meio, aproximadamente. 

Bem-vindo às tradições

A história do Hokkaido (antigo Kioto Coffee Stand), em São José dos Campos, também tem uma participação importante do matcha. Após viver por mais de 20 anos no Japão, o casal Thiago Hiroshi Nishiduka e Letícia Nishiduka, voltou para o Brasil em 2021, quando empreenderam em um espaço que celebra a arte das boas bebidas. 

O matcha foi inserido logo no início como latte e iced latte, além de um bolo de matchá e limão. “Colocamos o matchá mais para enriquecer e agregar no cardápio mas, para nossa surpresa, acabou sendo o grande diferencial e acabamos nos tornando referência na região”, explica Thiago, que também é barista.

Segundo ele, os clientes de primeira viagem já chegam perguntando sobre o matcha e que muitos dos que já tinham provado a bebida, não demonstravam terem tido uma boa experiência. Thiago percebeu, então, que muitos lugares faziam e serviam o matcha de maneira incorreta. 

“Aqui não servimos o matchá sem leite ou algum outro ingrediente. Moramos muitos anos no Japão e nunca vi nenhuma cafeteria fazer isso. O motivo talvez seja a forte relação com a cerimônia do chá, onde o matcha só é preparado por pessoas muito bem instruídas. O matchá não é só um chá, tem todo um ritual  de preparo, utensílios, cerâmica , ambiente, etc”.

Receitas com matcha criadas pelo Hokkaido Cafe | Fotos: divulgação

Matcha pode ser a grande cartada das cafeterias

Hoje, o matcha está presente em diversas receitas no Hokkaido. Além dos lattes, tem o matcha lemonade e o matcha cana ( caldo de cana com matchá), e as comidinhas como o cookie de matcha e chocolate branco, double matcha cake, choux matcha cream, cheese cake de matcha, brigadeiro de matcha, entre outras. 

Thiago diz que, até o ano passado, a cafeteria utilizava não mais do que 2 kg de matcha por mês, porém, hoje, já são 4 kg mensais, com previsão de dobrar essa quantidade até o final de 2023. Para se ter uma ideia, uma dose de matcha leva apenas 2g do pó. Hoje, o matcha representa cerca de 30% de todo o faturamento da Hokkaido..  

Já para Renata Acácia, proprietária da Infusorina e consultora de chás especiais para negócios, não há dúvida de que o matcha tem se tornado cada vez mais popular. E para se ter certeza disso, basta procurar no Instagram a #matcha. Uma infinidade de preparos e experiências mostra a potência que a bebida tem para o mercado.  

“Diferente dos chás de origem como oolong, preto, verde e demais famílias, o matcha traz opções de preparo mais versáteis e por isso, infiltra-se bem no consumo das cafeterias”, explica.

Renata Acácia é especialista em chás e realiza treinamentos para cafeterias, bares e restaurantes. Proposta é ajudar os profissionais a compreenderem melhor o potencial dos chás como produto | Foto: arquivo pessoal

O matcha está se tornando um concorrente do café? 

“Ao meu ver, não. O matcha, assim como os chás, se tornou aliado da cafeteria, compondo um menu robusto e completo. A cafeteria que não possui matcha latte, a princípio, está facilmente perdendo receita e clientes”, diz Renata.

Mesmo com o interesse crescente das cafeterias pelo universo dos chás, Renata insiste que é necessária uma educação, antes de tudo. Para ela, o caminho que o chá está trilhando hoje no mercado das bebidas é o mesmo que a cerveja e o café desbravaram anos atrás. 

“Muitas cafeterias investiram de forma inconsciente no chá, sem informações e qualidade no que se refere a fornecedores, serviço, entrega e venda. Esses negócios precisam parar de atender a demanda já reprimida que se contenta com chás de saquinho de qualidade duvidável”, explica. 

Diante dessa necessidade, Renata criou o Tea Experience, um projeto de consultoria, treinamento e mentoria para cafés que estão iniciando a oferta de chás especiais, incluindo o matcha. 

Público conhece a versatilidade do matcha no São Paulo Coffee Festival | Foto: João Stark

Um intruso bem-vindo

Recentemente, o São Paulo Coffee Festival recebeu mais de 15 mil pessoas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Com um aumento em espaço e programação em 60% em relação a 2022, o evento contou com uma única marca de chá expositora entre centenas de empresas de café, equipamentos, serviços, etc. 

“Foi muito gratificante estar dentro de um dos maiores festivais de café do Brasil, educando um novo público sobre o matcha e, principalmente, mostrando aos empreendedores que o matcha não é concorrente e sim, parceiro de negócios do café”, explica Álvaro Dominguez fundador da Namu Matcha, que afirma ter tido um sentimento conflitante no evento. “Ao mesmo tempo, me perguntei onde estavam as outras marcas de chá que não enxergavam essa oportunidade. 

Segundo ele, ao incorporar no menu o matcha e suas diversas formas de servir, as cafeterias garantem valor agregado ao produto e aumento do ticket médio. O umami presente, a cor vibrante, as possibilidades e harmonizações, tudo é um convite para o cliente das cafeterias.

O estande da Namu no São Paulo Coffee Festival atraiu curiosos e Álvaro ministrou dois workshops sobre matcha. “Acredito que a partir dessa interação, muitas cafeterias passarão a apostar no produto e a enxergá-lo com toda sua potencialidade. As pessoas compreenderão a importância de servir um matcha de qualidade, assim como se atentam ao café que compram e  preparam”. 

O hype das redes sociais

As redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na disseminação da tendência do matcha nas cafeterias brasileiras. As fotos de bebidas coloridas e visualmente atraentes, compartilhadas por influenciadores digitais e entusiastas do matcha, têm despertado a curiosidade dos consumidores e incentivado a experimentação. Com hashtags como #matchalover e #matchaaddict, os amantes do matcha têm encontrado uma comunidade online para compartilhar suas experiências e descobertas.

 

Para Álvaro, no entanto, não basta entrar na onda e servir o produto da moda. “Se o cliente toma um matcha na cafeteria e ele é ruim, ele não vai tomar de novo. É importante que as cafeterias também eduquem seus consumidores sobre a sustentabilidade, métodos de cultivo do chá e características sensoriais”.

*Conteúdo patrocinado por Namu Matcha

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