Quem ama descobrir novos sabores, seja profissionalmente ou de forma amadora, já deve ter provado matcha, ou, ao menos, ter ouvido falar nesse chá tão especial. Mas, se você é do time que já experimentou e achou “horrível”, trago boas notícias: é possível que tenha ingerido um matcha falsificado, adulterado ou, pra piorar, com preparo errado. 

Pra começar, um alerta: é importantíssimo escolher um matcha de origem comprovada e de uma marca idônea no mercado para ter certeza da qualidade do que está consumindo. Aqui no Brasil, temos algumas, como a Namu – especializada em matcha sul coreano. Agora, comprar matcha em lojas de suplementos (que prometem queimar gordura e emagrecimento) ou ainda em marketplaces estrangeiros, aí só a sorte dirá o que vai chegar ao seu estômago. 

Minha primeira experiência com matcha não foi nada boa: sem conhecer quase nada sobre chás, me aventurei no Ali Express e comprei. Sabe-se lá Deus o que era aquilo: um pó verde escuro com cheiro de terreno baldio. Ao preparar corretamente, com um chasen e água na temperatura correta, a bebida desceu triangularmente, arranhando tudo o que encontrou no meu sistema digestivo. Passei mal, vomitei e jurei que matcha não era pra mim. Ledo engano.

Anos depois, ao provar um matcha japonês original, percebi o erro de principiante. E me apaixonei. Nada como tempo e experiência. 

Saber a procedência é fundamental para escolher um bom matcha. Fuja das lojas de suplemento | Foto: Namu Matcha

Quem ama chá não vive sem

A Eloína Telho (a.k.a @chazeira)  é uma das pessoas que mais entendem de chá nesse Brasil. Ela tem uma litragem invejável e se joga de cabeça nos sabores mais ousados. Ela conta que, quando provou matcha pela primeira vez, perdeu as estribeiras. 

Chashaku, colher de bambu com gancho, um dos itens tradicionais de preparo do matcha | Foto: Namu

“Enlouqueci, porque fugia de tudo o que havia conhecido como chá até então. Imagine só, um chá verde em que as folhas são transformadas em pó, de um verde belíssimo, feito para ser diluído integralmente na água. O modo de preparo também me encantou: feito em uma tigela, com um batedor de bambu especial que criava uma espuma encantadora. Era muita novidade para a minha cabeça. No sabor, nova surpresa: o floral que eu já conhecia de chás verdes se misturou a um aroma de brisa do mar, tinha certa salinidade que preenchia a boca… um chá de puro umami! Sem falar na energia tranquila que me transmitiu”.

Foi paixão à primeira vista e, a partir dali, o matcha passou a figurar entre os seus chás favoritos. Hoje, é o despertador oficial da Eloína, todos os dias. 

Experiências transformam paixão pelo matcha em amor

Segundo Eloína, o matcha entrou de vez para a sua vida quando o encarou de outro modo: como parte do ritual encantador da Cerimônia do Chá Japonesa em um templo budista, em Brasília. “Fui apresentada ao matcha sob os princípios de pureza, harmonia, tranquilidade e respeito, na dança do silêncio, nos encontramos de um modo inesquecível, que transcendeu o sabor, e que me mostrou, mais uma vez, que o chá nunca se resume à folha a água quente”. 

Algo que muita gente também experiencia de forma transcendental é o tal do “chi”, ou energia que os chás transmitem quando os degustamos. É algo particularmente difícil de explicar, já que a impressão é algo sempre muito particular. Mas, podemos entender o chi como uma informação registrada para além dos nossos cinco sentidos. 

Eloína, no caso, define a energia do matcha como estimulante, contínua e tranquila. Por isso, o consome todas as manhãs. A percepção, para ela, começa no preparo: desde o aquecimento da água, a escolha do chawan (tigela própria para matcha), o preparo com o chasen (artefato de bambu também específico). 

Deixa alerta, mas sem a ansiedade do café

Enlouqueci, porque fugia de tudo o que havia conhecido como chá até então”, diz Eloína Telho, especialista em chá e apaixonada por matcha | Foto: arquivo pessoal

O matcha tem uma grande quantidade de teína/cafeína, porque não são folhas infundidas, e sim moídas e diluídas em água, o que possibilita o consumo integral. Ao mesmo tempo, tem também em sua composição L-teanina, um aminoácido que faz com que a absorção da teína seja mais lenta, bem como sua queda, fazendo com que a sensação de estímulo tranquilo seja muito mais duradoura. 

Por conta dessas características, é possível consumir matcha a qualquer hora do dia, sem prejuízos ao sono ou sem a sensação de estar “ligadão”, atributos comuns do café. Já para quem é muito sensível à cafeína, a sugestão é consumir o matcha pela manhã para que o efeito de foco e atenção se dilua durante o dia. 

Matcha vem ocupando seu espaço na gastronomia 

Japão, China e Coreia do Sul já têm o matcha naturalmente incorporado à sua gastronomia, por ser um produto local de alto consumo.  

No Brasil, um país em que a maioria das pessoas não tem o hábito de consumir o chá pelo prazer de suas propriedades sensoriais – como um vinho, por exemplo -, o matcha entra na vida da sociedade, inicialmente, por suas propriedades benéficas; a quantidade de antioxidantes presentes na bebida, de fato, ainda é o seu maior chamariz. 

Mas este cenário está mudando, para a nossa sorte. Já vemos profissionais especializados em pratos com matcha, como as confeiteiras Veronica Kim e Viviane Wakuda, o chef Seiji Enokizono, a família Yamashita, do restaurante Makoto San, e Kazuo Harada, do restaurante Kazuo.

“A culinária também aproxima as pessoas de seu consumo; desperta a curiosidade pelo pozinho que dá tanta cor aos preparos e faz com que muitos busquem conhecê-lo, posteriormente, em seu “estado natural”. E comecem a curtir apreciar uma boa tigela ou xícara preenchida de matcha”, diz Eloína. 

*Conteúdo patrocinado por Namu Matcha

 

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