No último dia 22 (fevereiro/2023), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) confirmou um suposto caso de vaca-louca no Brasil, mais precisamente em Marabá, no Pará, em um animal de nove anos. Esta é uma idade considerada avançada para o gado.
O termo vaca-louca (encefalopatia espongiforme bovina) trata de uma doença neurológica degenerativa, e, por isto os sintomas são alterações no comportamento do animal.
A primeira informação do caso é uma suspeita, pois a doença acontece de forma natural e aleatória em animais idosos. E, para confirmar o caso, é preciso certificação laboratorial nacional e internacional de uma entidade canadense, de que é a versão transmissível e mais preocupante da vaca-louca.
Caso de vaca louca no Brasil não deve causar problemas no consumo de carne
Neste recente caso, já há as confirmações oficiais de que é um caso ATÍPICO da vaca-louca, ou seja, não é transmissível a outros animais nem a humanos. Sendo assim, o protocolo sanitário seguido é abater o animal e incinerar seu corpo. O risco de transmissão é zero e as condições comerciais tendem a voltar ao normal após breve estresse causado até a confirmação do caso ser inofensivo.
É muito importante deixarmos claro que o Brasil é considerado um território de risco insignificante para a ocorrência da doença, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Nas últimas décadas, foram registrados poucos casos isolados da doença atípica, ou seja, não transmissível, e todos foram controlados e eliminados.
Importantíssimo também informar que mantemos esta classificação de risco insignificante devido à alta capacidade e responsabilidade dos profissionais envolvidos do país relacionados à produção animal dos órgãos municipais, estaduais e federais.
Deixo aqui uma breve entrevista da Lygia Pimentel, referência em mercado agropecuário, à CNN, esclarecendo este último caso atípico.
Como curiosidade, para explicar esta ocorrência atípica de EEB, podemos traçar um paralelo com doenças neurológicas comuns em humanos. Acometem, infelizmente, pessoas de idade avançada e não oferecem risco nenhum de transmissão.